Na sexta-feira, o movimento islamita palestiniano Hamas afirmou aceitar alguns elementos do plano de paz do Presidente norte-americano, incluindo a libertação dos restantes reféns, querendo negociar outros.
Em comunicado, o Hamas reiterou a abertura à transferência do poder para um órgão palestiniano politicamente independente e acrescentou estar pronto para negociações imediatas para discutir a libertação dos reféns, vivos e cadáveres.
A declaração não menciona o desarmamento do movimento, exigência israelita incluída na proposta de Trump.
Num comunicado, o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantiu que continuará a trabalhar "em plena cooperação" com a Casa Branca "para pôr fim à guerra, de acordo com os princípios estabelecidos por Israel, que são consistentes com a visão de Trump para o fim da guerra".
Horas depois da resposta do Hamas, Trump afirmou que Israel deve suspender os ataques contra a Faixa de Gaza, dizendo que os militantes palestinianos "estão prontos para uma paz duradoura".
"Israel deve interromper imediatamente o bombardeamento de Gaza, para que possamos resgatar os reféns de forma segura e rápida!", adiantou o líder dos Estados Unidos, na rede social, que detém, a Truth Social.
A declaração do governo de Telavive não menciona o pedido do Presidente dos EUA.
O plano de Trump propõe um cessar-fogo, a libertação dos reféns em 72 horas e o desarmamento do Hamas, acompanhado de um esquema de reconstrução de Gaza com apoio internacional.
Em meados de setembro, Israel lançou uma ofensiva de larga escala no enclave palestiniano, com as operações concentradas na Cidade de Gaza, considerada por Telavive o último bastião do Hamas.
Os meios de comunicação palestinianos e a estação de televisão do Qatar Al Jazeera relataram que os ataques à Faixa de Gaza continuaram durante toda a noite de sexta-feira.
O porta-voz da Proteção Civil de Gaza publicou na plataforma de mensagens Telegram que a Cidade de Gaza estava a ser sujeita a "bombardeamentos impiedosos".
Israel declarou a 07 de outubro de 2023 uma guerra na Faixa de Gaza para erradicar o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque que matou cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Hamas fez também nesse dia 251 reféns, cerca de 40 dos quais continuam em cativeiro.
A guerra na Faixa de Gaza fez dezenas de milhares de mortos, de acordo com números das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos, e um desastre humanitário que causou cerca de dois milhões de deslocados no enclave.
Leia Também: Qatar saúda concordância do Hamas com plano de Trump para Gaza