Num vídeo publicado na rede social Truth, Trump agradeceu aos países mais diretamente envolvidos na mediação entre Hamas e Israel - Qatar, Turquia, Arábia Saudita, Egito e Jordânia - proclamando "um grande dia", ainda que haja negociações a realizar.
"Vamos ver como corre tudo. Temos de ter ainda os termos definitivos [do acordo] de pedra e cal", disse Trump no vídeo gravado na Sala Oval.
"Todos estavam unidos em querer acabar com esta guerra e ver o Médio Oriente em paz. E estamos muito perto de conseguir isso", adianta.
O Presidente norte-americano afirma ainda que "todos serão tratados de forma justa" no processo negocial.
O movimento islamita palestiniano Hamas saudou hoje as declarações do Presidente norte-americano sobre o plano de paz para Gaza, e declarou-se disposto a negociações imediatas para fechar um acordo, incluindo para libertação dos reféns.
Após Trump considerar que o Hamas se mostra pronto para uma paz "duradoura" e apelar a Israel que "interrompa imediatamente" os ataques a Gaza, o movimento palestiniano considerou à AFP "encorajadoras" as declarações do Presidente norte-americano.
"O Hamas está pronto para iniciar imediatamente negociações para conseguir uma troca de prisioneiros, pôr fim à guerra e garantir a retirada do exército israelita da Faixa de Gaza", disse o porta-voz do Hamas, Taher al-Nounou.
Na sua mensagem de vídeo, Trump saudou em particular a possibilidade de regresso dos reféns a casa, "um dia muito especial, (...) de muitas formas, sem precedentes".
Antes, o Hamas afirmou aceitar alguns elementos do plano de paz do Presidente norte-americano, incluindo a libertação dos restantes reféns, querendo negociar outros.
Em comunicado, o Hamas afirmou estar disposto a libertar reféns de acordo com a "fórmula" do plano, que prevê a libertação dos restantes indivíduos capturados pelo movimento no ataque a Israel há dois anos, e reiterou a sua já expressa abertura à transferência do poder para um órgão palestiniano politicamente independente.
O movimento acrescentou estar pronto para negociações imediatas para discutir os "detalhes" da libertação dos reféns, vivos e cadáveres.
Ressalvou, contudo, que aspetos da proposta referentes ao futuro da Faixa de Gaza e aos direitos palestinianos devem ser decididos com base numa posição palestiniana comum, firmada com outras fações e fundamentada no direito internacional.
Estes aspetos "serão discutidos através de um enquadramento nacional palestiniano abrangente no qual o Hamas participará e para o qual contribuirá de forma responsável", refere a nota.
A declaração também não menciona o desarmamento do Hamas, exigência israelita fundamental incluída na proposta de Trump.
No seu apelo a Israel para cessar os ataques a Gaza, Trump afirma que "neste momento, é demasiado perigoso fazê-lo" e dá a entender que já há contactos sobre a libertação de reféns.
"Já estamos a discutir detalhes a acertar. Não se trata apenas de Gaza, trata-se da PAZ há muito desejada no Médio Oriente", afirma.
O plano de Trump, divulgado na semana passada, propõe um cessar-fogo, a libertação dos reféns em 72 horas e o desarmamento do Hamas, acompanhado de um esquema de reconstrução de Gaza com apoio internacional.
Washington tem promovido a criação de uma "zona humanitária" em Al-Mawasi, na costa de Gaza, como destino sugerido para civis deslocados, sendo essa uma das alternativas evocadas nas redes e por responsáveis norte-americanos.
Em meados de setembro, Israel lançou uma ofensiva de larga escala no enclave palestiniano, com as operações concentradas na Cidade de Gaza, considerada por Telavive o último bastião do Hamas.
Israel declarou a 07 de outubro de 2023 uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, cerca de 40 dos quais continuam em cativeiro.
A guerra na Faixa de Gaza fez dezenas de milhares de mortos, de acordo com números das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos, e um desastre humanitário que tem forçado cerca de dois milhões de residentes a deslocarem-se repetidamente dentro do enclave.
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