"Sentimos que, como comunidade, nem sempre somos ouvidos. Sentimo-nos desapontados", indicou hoje um vendedor, presente na vigília em memória das vítimas, Simon Burton, sendo que mais membros da sinagoga disseram que se sentem esquecidos diante o "crescimento do antissemitismo" no país.
Na quinta-feira, enquanto as pessoas se reuniam na sinagoga para celebrar o Yom Kippur, o dia mais sagrado do calendário judaico, o agressor atropelou pessoas à porta do edifício e esfaqueou uma delas até à morte.
Um segundo homem morreu após ser baleado sem querer, por um polícia que confrontou o agressor, informaram hoje as autoridades.
Outras três pessoas ficaram feridas com gravidade durante o ataque.
Mais de 100 pessoas estiveram presentes hoje na sinagoga de Heaton Park, em Manchester.
"Somos judeus, mas somos ingleses. Vivemos em Manchester há 150 anos. Pertencemos a este lugar", disse um vendedor da cidade, Simon Burton à AP.
De acordo com os membros da sinagoga, os políticos e outros líderes falharam em rejeitar o discurso antijudaico ou em proteger os judeus de crimes de ódio.
"Neste momento, os nossos corações estão destroçados", disse hoje o rabino-chefe (líder religioso) Ephraim Mirvis.
As autoridades indicaram que a agressão foi um ato de terrorismo.
A razão do ataque ainda está ser investigada, segundo as autoridades.
O agressor foi identificado como um cidadão britânico naturalizado de ascendência síria, destacando que o homem foi morto a tiro pela polícia, na quinta-feira.
O número de incidentes antissemitas reportados em todo o Reino Unido aumentou desde o ataque do grupo islamista palestiniano Hamas a Israel, a 07 de outubro de 2023, de acordo com uma instituição que visa a segurança da comunidade judaica, a Community Security Trust.
A organização registou 1.521 incidentes antissemitas no primeiro semestre deste ano, face aos 965 do mesmo período de 2023.
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