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Hamas saúda declarações de Trump e diz estar pronto a negociar 

O movimento islamita palestiniano Hamas saudou hoje as declarações do Presidente norte-americano sobre o plano de paz para Gaza, e declarou-se disposto a negociações imediatas para fechar um acordo, incluindo para libertação dos reféns. 

Hamas saúda declarações de Trump e diz estar pronto a negociar 

© MOHAMMED HUWAIS/AFP via Getty Images

Lusa
03/10/2025 23:51 ‧ há 7 horas por Lusa

Após Trump considerar que o Hamas se mostra pronto para uma paz "duradoura" e apelar a Israel que "interrompa imediatamente" os ataques a Gaza, o movimento palestiniano considerou à AFP "encorajadoras" as declarações do Presidente norte-americano. 

 

"O Hamas está pronto para iniciar imediatamente negociações para conseguir uma troca de prisioneiros, pôr fim à guerra e garantir a retirada do exército israelita da Faixa de Gaza", disse o porta-voz do Hamas, Taher al-Nounou. 

Antes, o Hamas afirmou aceitar alguns elementos do plano de paz do Presidente norte-americano, incluindo a libertação dos restantes reféns, querendo negociar outros.  

Em comunicado, o Hamas afirmou estar disposto a libertar reféns de acordo com a "fórmula" do plano, que prevê a libertação dos restantes indivíduos capturados pelo movimento no ataque a Israel há dois anos, e reiterou a sua já expressa abertura à transferência do poder para um órgão palestiniano politicamente independente. 

O movimento acrescentou estar pronto para negociações imediatas para discutir os "detalhes" da libertação dos reféns, vivos e cadáveres. 

Ressalvou, contudo, que aspetos da proposta referentes ao futuro da Faixa de Gaza e aos direitos palestinianos devem ser decididos com base numa posição palestiniana comum, firmada com outras fações e fundamentada no direito internacional. 

Estes aspetos "serão discutidos através de um enquadramento nacional palestiniano abrangente no qual o Hamas participará e para o qual contribuirá de forma responsável", refere a nota.  

A declaração também não menciona o desarmamento do Hamas, exigência israelita fundamental incluída na proposta de Trump. 

No seu apelo a Israel para cessar os ataques a Gaza, Trump afirma que "neste momento, é demasiado perigoso fazê-lo" e dá a entender que já há contactos sobre a libertação de reféns.  

"Já estamos a discutir detalhes a acertar. Não se trata apenas de Gaza, trata-se da PAZ há muito desejada no Médio Oriente", afirma. 

Em declarações à cadeia televisiva Al-Jazeera, Musa Abu Marzouk, dirigente do Hamas, justificou a disponibilidade do movimento para um acordo, mas também as reservas em relação à proposta inicial de Trump. 

Moldar o futuro do povo palestiniano, disse Marzouk, é uma questão nacional que o Hamas não decide sozinho. 

Sobre a possibilidade de realizar-se em 72 horas a entrega de reféns, e a sua troca por prisioneiros palestinianos em cadeias israelitas, Marzouk afirmou que um prazo tão curto é "teórico e irrealista, na situação atual". 

O plano de Trump, divulgado na semana passada, propõe um cessar-fogo, a libertação dos reféns em 72 horas e o desarmamento do Hamas, acompanhado de um esquema de reconstrução de Gaza com apoio internacional. 

Washington tem promovido a criação de uma "zona humanitária" em Al-Mawasi, na costa de Gaza, como destino sugerido para civis deslocados, sendo essa uma das alternativas evocadas nas redes e por responsáveis norte-americanos.  

Em meados de setembro, Israel lançou uma ofensiva de larga escala no enclave palestiniano, com as operações concentradas na Cidade de Gaza, considerada por Telavive o último bastião do Hamas. 

Israel declarou a 07 de outubro de 2023 uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis. 

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, cerca de 40 dos quais continuam em cativeiro. 

A guerra na Faixa de Gaza fez dezenas de milhares de mortos, de acordo com números das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos, e um desastre humanitário que tem forçado cerca de dois milhões de residentes a deslocarem-se repetidamente dentro do enclave. 

Leia Também: Trump insta Israel a "parar imediatamente bombardeamentos" em Gaza

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