Andry Rajoelina afirmou que os jovens, que se mobilizaram nas ruas, estavam a ser manipulados.
O movimento, que inicialmente procurava denunciar os cortes de água e eletricidade, transformou-se numa contestação mais ampla do poder em vigor, com os manifestantes a exigirem agora a saída do chefe de Estado.
"Países e agências pagaram a este movimento para me afastar, não por eleições, mas por lucro, para tomar o poder como noutros países africanos», afirmou, sem dar mais detalhes.
O chefe de Estado, de 51 anos, também apontou a responsabilidade de alguns políticos nesta crise.
"Foi depois do movimento ter começado que os políticos abusaram desta situação para levar a cabo um golpe de Estado e atingir os seus objetivos e destruir o país", afirmou, sem os identificar.
Andry Rajoelina disse-se pronto para dialogar e pediu às forças da ordem que "restabeleçam a paz".
No entanto, não anunciou a esperada nomeação de um novo primeiro-ministro, depois de ter demitido todo o Governo na segunda-feira para tentar, sem sucesso, acalmar a ira dos manifestantes.
Após um dia de pausa nas manifestações na capital, na quinta-feira, o movimento lançou uma nova convocatória para a população sair hoje para as ruas de Antananarivo.
Em vários locais da cidade, grupos de manifestantes foram impedidos de avançar pelas forças da ordem, que utilizaram granadas de gás lacrimogéneo.
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