O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, elogiou hoje as forças navais israelitas por intercetarem a flotilha internacional que se dirigia para Gaza, assim "repelindo uma campanha de deslegitimação" de Israel.
"Felicito os soldados e comandantes navais que realizaram a sua missão durante o Yom Kippur (feriado judaico) da forma mais profissional e eficiente", disse Netanyahu em comunicado.
"A sua importante ação impediu que dezenas de navios entrassem na zona de guerra e repeliu uma campanha de deslegitimação contra Israel", adiantou.
Entre a noite de quarta-feira e a manhã de hoje, a Marinha israelita intercetou a quase totalidade das embarcações e deteve pelo menos 443 membros da flotilha, incluindo quatro cidadãos portugueses.
Governos e organismos internacionais condenaram a ação de Israel, enquanto cidadãos de vários países participaram em manifestações espontâneas de protesto.
Os membros da flotilha foram inicialmente transportados para o porto de Ashdod e, o governo italiano, a intenção é concluir a transferência para uma prisão em Bersheba hoje à noite, após o feriado do Yom Kippur.
O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, indicou hoje, após contactos com o homólogo israelita, que o Governo de Telavive pretende emitir uma ordem única para deportar todos os detidos da Flotilha Global Sumud em dois voos fretados.
De acordo com o governante italiano, os dois voos poderão ter como destino Londres e Madrid, transportando os membros da flotilha.
O governo israelita tem atribuído a organização da flotilha ao Hamas, movimento islamita palestiniano responsável pelo ataque ao sul de Israel que deu origem à invasão de Gaza em outubro de 2023.
Esta manhã, após concluído o apresamento de navios, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita afirmou que a "provocação Hamas-Sumud terminou", e que "nenhum dos iates provocadores" da flotilha "conseguiu entrar numa zona de combate ativa ou romper o bloqueio naval legal".
"Todos os passageiros estão seguros e de boa saúde. Estão a caminho de Israel, de onde serão deportados para a Europa", adiantou na rede social X, ameaçando ainda com apresamento de um último navio da Flotilha que permanecia à distância.
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