Milhares de pessoas saíram à rua por toda a Europa, esta quinta-feira, 2 de outubro, em manifestações de solidariedade para com a flotilha humanitária, e os passageiros que iam a bordo destes barcos.
Na quarta-feira, já ao final do dia, as embarcações foram interceptadas pelas forças israelitas e os ativistas foram detidos. Entre eles, havia, pelo menos, quatro portugueses: a deputada bloquista Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves.
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No protesto em Lisboa, organizado pelo movimento de solidariedade com a Palestina, que começou às 18h00 em frente à Embaixada de Israel, estão presentes adultos, jovens e crianças que exibem a bandeira da Palestina e o lenço simbólico palestiniano Keffiyeh.
Muitos deles seguram cartazes que exigem a "Liberdade para a flotilha", "Sanções para Israel" e o " Fim do Cerco na Palestina".
O cenário repete-se por outras cidades europeias.
Em Espanha, mais de 20 mil estudantes do ensino secundário manifestaram-se hoje em 40 cidades contra "o genocídio sionista" na Faixa de Gaza, gritando "fora as forças de ocupação".
"Estou aqui porque estão a matar crianças", diz Inés Monroy, de 72 anos, sem conseguir conter as lágrimas ao El País, num destes protestos. "É o exército mais poderoso do mundo contra as pessoas mais indefesas", considera.
Em Itália, os protestos repetem-se, nomeadamente, em Bolonha e em Florença, onde a manifestação foi aberta por uma faixa a dizer: "Vamos bloquear tudo".
"Se queremos bloquear o sionismo, temos de bloquear tudo agora", defendem os manifestantes, segundo o jornal italiano Coriere della Sera.
E sob este mote a população agiu. Há relatos de que o protesto tenha ganho contornos mais extremos em Florença, com o trajeto do elétrico a ser interrompido pelos manifestantes.
O protesto deparou-se depois com um contingente da polícia italiana, que os tentou deter à entrada na estação de Florença. Os manifestantes terão atirado dispositivos pirotécnicos, nomeadamente petardos, e até garrafas contra as autoridades. No fim, conseguiram alcançar o seu objetivo e estarão a bloquear a circulação de comboios em Florença.
Na Bélgica, cerca três mil pessoas concentraram-se em frente ao Parlamento Europeu, em Bruxelas.
Armadas com bombas de fumo, muitas agitavam bandeiras palestinianas e 'keffiyehs' [lenço palestiniano] enquanto gritavam "Palestina Livre".
Na Irlanda, centenas de manifestantes concentraram-se em frente ao Parlamento, em Dublin.
Entre eles estava Miriam McNally, cuja filha está num barco da flotilha: "Estou aqui para mostrar o meu apoio, antes de mais, à Palestina, a Gaza, que está a sofrer um genocídio às mãos do Governo israelita".
"Também apoio os membros da flotilha que foram raptados ilegalmente por Israel ontem à noite em águas internacionais. Apoio a minha filha", que faz parte da flotilha, acrescentou.
Em Haia, nos Países Baixos, centenas de manifestantes concentraram-se em frente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, antes de serem dispersos pela polícia de choque.
De seguida, marcharam até à estação central, onde alguns deles entraram nos carris, interrompendo o tráfego de comboios. De acordo com a empresa ferroviária, a circulação estava prevista ser retomada pelas 21:45 (20:45 em Lisboa).
Em França, mil pessoas concentraram-se na Place de la République, em Paris, enquanto em Marselha (sudeste), cerca de uma centena de manifestantes pró-palestinianos foram detidos durante a tarde quando tentavam bloquear o acesso à fábrica da empresa de armamento Eurolinks, acusada de vender componentes militares a Israel.
Na Suíça, milhares de manifestantes marcharam pelas ruas de Genebra, acendendo uma fogueira no centro da cidade e bloqueando a ponte principal durante uma ruidosa manifestação, pontuada por gritos, aplausos e cânticos, antes de um breve confronto com as autoridades, observou um jornalista da AFP.
Noutro local, na Malásia, dezenas de pessoas manifestaram-se em frente à Embaixada dos Estados Unidos em Kuala Lumpur.
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