"O ritmo acelerado da inovação tecnológica, a entrada de novos intervenientes no setor financeiro, a transformação dos sistemas de pagamentos e as alterações no comportamento dos consumidores, são elementos que têm reconfigurado o setor financeiro global", assinalou Óscar Santos, anfitrião do encontro.
No âmbito das análises de risco para a economia e para o sistema financeiro, "os bancos centrais vêm desenvolvendo novos instrumentos e ferramentas, como por exemplo as taxonomias climáticas e os requisitos de divulgação de sustentabilidade, de forma a contribuir para os planos de adaptação e mitigação às alterações climáticas".
"Estes fenómenos exigem uma atuação regulatória cada vez mais dinâmica e adaptável, bem como uma articulação eficaz entre as políticas monetárias e macro prudenciais, viabilizando a execução dos mandatos dos bancos centrais", sintetizou, ao dar o mote para a reunião.
O BCV acolhe, pela terceira vez, o Encontro dos Governadores dos Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa (BCPLP), cuja 12.ª edição tem como tema principal "A evolução do mandato dos bancos centrais: a conciliação das políticas monetária e prudencial".
Apesar de estarem sentados à mesa representantes de realidades distintas, Óscar Santos defende a partilha de experiências sobre gestão de potenciais conflitos entre estabilidade de preços e estabilidade financeira, questionando: que condições são necessárias para conciliar políticas monetária e prudencial?
A reunião, que decorre hoje à porta fechada numa unidade hoteleira da capital cabo-verdiana, inclui intervenções de governadores e representantes dos bancos centrais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau (Banco Central dos Estados da África Ocidental, BCEAO), Guiné Equatorial (Banco dos Estados da África Central, BEAC), Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Autoridade Monetária de Macau.
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