"Não representavam qualquer ameaça, nem tinham qualquer intenção de hostilizar, de realizar qualquer tipo de ação ilegal e, portanto, entendo que não devem ser acusados de absolutamente nada", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) de Espanha, José Manuel Albares, em declarações à televisão RTVE.
"Não vou aceitar nenhuma acusação injusta e infundada contra eles", insistiu o ministro, que realçou que os membros da flotilha que pretendia chegar ao território palestiniano da Faixa de Gaza com ajuda humanitária exercia o direito de "passagem inocente" em águas internacionais e os espanhóis que iam nos barcos podem e devem regressar a Espanha imediatamente.
José Manuel Albares disse que já esteve em contacto com o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, mas que chamou também hoje a encarregada de negócios israelita em Espanha, Dana Erlich, para lhe transmitir a posição espanhola e que os cidadãos de Espanha que integravam a flotilha são pessoas solidárias e pacíficas, que tinham objetivo "única e exclusivamente humanitário".
Israel não tem embaixador em Espanha desde maio de 2024, quando o governo liderado por Pedro Sánchez reconheceu o estado da Palestina, e Dana Erlich é atualmente a máxima responsável pela representação diplomática.
Nos barcos da Flotilha Global Summud seguiam 65 espanhóis, segundo o MNE, que revelou que um primeiro grupo chegou a terra, em Israel, por volta das 07:00 (hora de Portugal), mas os diplomatas de Espanha em Telavive ainda não puderam contactar com nenhum dos detidos.
Albares voltou a garantir "toda a proteção diplomática e consular" aos membros da flotilha.
Pelo menos 13 embarcações integradas na flotilha que saiu nem 31 de agosto de Barcelona, Espanha, foram intercetadas pela Marinha de Israel sendo que uma foi abalroada em águas internacionais, segundo a organização da flotilha Sumud Global.
Entre os detidos encontram-se a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz portuguesa Sofia Aparício e o ativista Miguel Duarte.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel disse hoje, num comunicado, que alguns dos ativistas da flotilha, presos nas últimas horas, vão ser transferidos para território israelita.
A diplomacia israelita garantiu que os membros da flotilha humanitária que foram presos "estão seguros e de boa saúde".
O mesmo documento indica que Israel vai iniciar os procedimentos de deportação para a Europa depois de os detidos serem transferidos para território israelita.
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