"Em várias águas, incluindo o Báltico, os países europeus e os Estados costeiros realizam inúmeras provocações que, na nossa opinião, não favorecem de forma alguma a liberdade de navegação comercial", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, na sua conferência de imprensa diária por telefone, a propósito de um petroleiro russo detido ao largo da costa de França.
Peskov acrescentou que "por vezes, isso obriga as nossas Forças Armadas a tomarem medidas para repor a ordem".
O porta-voz presidencial recusou comentar os relatos de que o petroleiro foi detido em França por suspeita de violar as sanções europeias.
"Quanto ao navio específico de que estamos a falar, não posso dizer nada; não temos informações, portanto, não sabemos qual é", explicou Peskov.
De acordo com os meios de comunicação internacionais, o petroleiro partiu do porto russo de Primorsk em 20 de setembro e atravessou o Mar Báltico antes de se dirigir para oeste pelo Canal da Mancha.
O navio, construído em 2007 e atualmente fundeado perto de Saint-Nazaire - já havia sido detido pelas autoridades estónias no início deste ano e a tripulação, mais uma vez, não apresentou provas da nacionalidade do navio.
As declarações de Peskov surgem após vários incidentes de violação do espaço aéreo dos países bálticos pela Rússia, que - juntamente com incidentes envolvendo drones russos abatidos na Polónia -, foram denunciados pela Estónia e pela Letónia na Assembleia Geral das Nações Unidas na semana passada.
Em 19 de setembro, três caças russos MIG-31 violaram o espaço aéreo da Estónia, permanecendo no ar durante 12 minutos sobre uma ilha no Golfo da Finlândia, obrigando à intervenção de aviões de patrulha aérea da NATO.
A Rússia, por sua vez, negou que as suas aeronaves tenham violado o espaço aéreo da Estónia, que supostamente realizavam um voo da Carélia para o enclave russo de Kaliningrado.
A União Europeia sancionou a Rússia pela sua intervenção militar na Ucrânia, que teve início em 2022, com medidas destinadas a interromper o financiamento da máquina de guerra russa.
Estas medidas pretendem, entre outras coisas, travar a exportação de petróleo russo, restringindo a circulação dos petroleiros russos que navegam sob bandeira estrangeira e que fazem parte da chamada "frota fantasma".
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