Mohamed Mustafá expressou esta disponibilidade hoje no início da reunião semanal do seu Governo, um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter divulgado o seu plano para pôr fim ao conflito em Gaza, que já recebeu a aprovação do primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, aguardando agora a resposta do grupo islamista Hamas.
No entanto, Mustafá não fez referência no seu discurso a esse roteiro que contempla o desarmamento total do Hamas, que ficaria excluído da governação do território de Gaza, e o estabelecimento de um governo de transição formado por tecnocratas palestinianos e especialistas internacionais, supervisionado por um Conselho da Paz.
Nesta proposta, a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), à qual preside Mahmud Abbas, e da qual Mustafá é primeiro-ministro, ficaria a administrar Gaza depois de passar por um processo de reforma interna, sem detalhar os seus objetivos e sem estabelecer prazos.
O primeiro-ministro palestiniano mostrou, em contrapartida, o seu apoio explícito à chamada Declaração de Nova Iorque, uma resolução adotada em setembro na Assembleia Geral da ONU que, entre outros pontos, pedia que o Hamas fosse excluído de um futuro Governo em Gaza para dar lugar à ANP.
Segundo um comunicado do seu gabinete, o crescente reconhecimento do Estado da Palestina e os subsequentes planos e esforços internacionais para pôr fim à guerra "são factos que devem ser consolidados para prevenir o deslocamento e a anexação, enfrentar as tentativas de minar a Autoridade Nacional Palestiniana e consolidar o caminho para o estabelecimento de um Estado palestiniano independente".
A nota acrescentou que, com a convicção da importância de continuar a desenvolver o trabalho das suas instituições nacionais, foi aprovado o início de um processo de revisão funcional dos departamentos governamentais "para promover a reforma e o desenvolvimento institucional".
Este passo, segundo Mustafá, representa "uma tradução prática do compromisso do Estado da Palestina" com o seu povo e os seus parceiros, "com um enfoque de reforma integral e gradual, consistente com os padrões de boa governação, os fundamentos da gestão moderna e o avanço tecnológico".
Na sua opinião, faz parte de um processo nacional mais amplo para a criação de um Estado independente, em consonância com as resoluções internacionais de legitimidade, a mais recente das quais é a de Nova Iorque, para a implementação da solução de dois Estados.
Leia Também: Médio Oriente. Navio atacado ao largo do Iémen à deriva sem tripulação