Num comunicado divulgado pela sede londrina do Reform UK nas redes sociais, Farage reagiu ao discurso de hoje de Starmer na conferência anual do Partido Trabalhista, em Liverpool, em que o primeiro-ministro afirmou que o Reform UK, o seu discurso e as suas propostas anti-imigração e anti-europeias representam uma "degradação" para o país.
"Pensava que o primeiro-ministro era um homem digno, alguém com quem se podia falar e interagir. Podemos ter divergências nas nossas visões do mundo, mas pensei que era um ser humano profundamente respeitável (...). Agora, penso que é inapto para ser o primeiro-ministro do nosso país", declarou Farage.
O dirigente do partido populista de direita disse estar "completamente chocado" com as palavras de Starmer, que considerou representarem "uma última tentativa desesperada" de um líder que está a braços com "problemas graves e não é capaz de obter o apoio de metade do seu próprio partido".
"Quando foi a última vez que ouviram Nigel Farage dizer algo positivo sobre o futuro do Reino Unido? Ele não gosta do Reino Unido, não acredita nele", declarou Starmer durante a conferência do Partido Trabalhista, numa das suas acusações mais diretas ao adversário político.
"Diz Starmer que não gosto ou não amo este país. Bem, deixem-me dizer que durante 30 anos lutei pela soberania britânica, lutei por que fossemos uma nação autónoma, porque sempre pensei que as melhores pessoas para governar o Reino Unido são os britânicos", comentou o líder do Reform UK.
Recordou também o papel que desempenhou na campanha do 'Brexit' (saída do Reino Unido da União Europeia), em 2016, "o maior mandato democrático que foi concedido no país", e sustentou que Starmer passou anos a tentar inverter o resultado, porque "fica feliz" quando o Reino Unido é governado a partir de fora, seja por Bruxelas, pelas Nações Unidas ou por tribunais internacionais.
"Ele não acredita no Reino Unido como a maioria de nós acredita. O seu nível total de negação sobre a rutura do país é extraordinário", comentou Farage antes de enumerar os problemas de infraestruturas, saúde, criminalidade e migração que, segundo ele, a sociedade britânica enfrenta.
"O Reino Unido está danificado, precisa de ser reparado, e a nossa visão para o futuro é a mais positiva", acrescentou.
Na mesma linha, Farage criticou que Starmer e o seu Governo tenham classificado como "racistas" as suas propostas para a política migratória, que incluem a eliminação da residência permanente no Reino Unido para cidadãos estrangeiros, entre outras, e advertiu de que a linguagem pode incitar à violência por parte da "esquerda radical", após casos como o do ativista de extrema-direita norte-americano Charlie Kirk, assassinado no início de setembro enquanto falava num evento, nos Estados Unidos.
Farage concluiu a sua intervenção assegurando que em maio, nas próximas eleições autárquicas em grande parte do país, o Reform UK vai dar a Starmer "uma lição de história política que jamais esquecerá".
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