Nigel Farage encerrou o congresso sorridente com uma plateia entusiasmada que o aplaudiu e lhe colocou a gravata ao pescoço depois de a terem tirado.
Durante o encerramento, o líder do Partido Reformista britânico pediu aos militantes do partido para que, no futuro, resolvessem as suas disputas internamente para evitar controvérsias públicas.
Subiu ao palco ao lado de membros eleitos do antigo Partido do Brexit, como a presidente da Câmara do condado de Lincolnshire (centro de Inglaterra), Andrea Jenkyns, que liderou a interpretação do hino.
O congresso procurou mostrar o Partido Reformista como um partido capaz de governar, para além dos comícios que até agora se centravam exclusivamente na figura do líder, muito conhecido no Reino Unido pela sua longa carreira política contra a União Europeia.
Na sexta-feira, Farage anunciou no seu discurso principal que iria impedir a chegada de migrantes em barcos após duas semanas de assumir o poder, embora em declarações posteriores divulgadas hoje pela BBC tenha esclarecido que esse prazo começaria "após a aprovação das leis".
"Queremos fazê-lo o mais rápido possível", afirmou, admitindo que o processo pode demorar meses.
Nigel Farage reafirmou que, caso seja governo, o Partido Reformista planeia deportar até 600 mil migrantes em cinco anos, entre outras medidas para reduzir a imigração legal e ilegal.
Durante o congresso, os militantes do partido aprovaram várias moções, como a revisão das decisões de asilo de governos anteriores e a revogação da lei sobre as alterações climáticas de 2008, que, segundo eles, gera custos excessivos para os contribuintes.
O Partido Reformista, fundado em 2018 inicialmente como Partido do Brexit, tornou-se uma força em rápido crescimento no Reino Unido, ameaçando tanto o Partido Conservador pela direita quanto o Partido Trabalhista, embora menos, pela esquerda.
De acordo com pesquisas recentes, a formação atinge 35% da intenção de voto, contra 20% dos trabalhistas e 15% dos conservadores.
Nas eleições locais parciais de maio passado, o Partido Reformista foi o partido mais votado na Inglaterra, alcançando avanços históricos em conselhos e prefeituras, e Farage admitiu que aspirava a tornar-se chefe do governo.
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