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EUA acusam Conselho de Segurança da ONU de ter "foco obsessivo" em Israel

Os Estados Unidos (EUA) acusaram hoje o Conselho de Segurança da ONU de ter um "foco obsessivo" em Israel, avaliando que as consecutivas reuniões sobre Gaza "prejudicam o trabalho sério" de Washington para acabar com o conflito.

EUA acusam Conselho de Segurança da ONU de ter "foco obsessivo" em Israel

© ANGELA WEISS/AFP via Getty Images

Lusa
29/09/2025 18:24 ‧ há 1 semana por Lusa

Em causa estava o 'briefing' mensal do Conselho de Segurança da ONU focado no relatório do secretário-geral sobre a implementação da Resolução 2334, de 2016, que apela ao fim das atividades de colonatos israelitas e exige o fim da incitação à violência.

 

Contudo, apesar da reunião de hoje integrar os encontros obrigatórios do Conselho, o recém-nomeado embaixador dos EUA nas Nações Unidas, Mike Waltz, criticou o facto de esta ser a segunda vez em menos de uma semana que o órgão da ONU se reúne para discutir a situação no enclave palestiniano.

"Já tivemos mais de 80 reuniões sobre Israel desde 07 de outubro [de 2023, data em que o grupo islamita Hamas atacou Israel]. Essa sequência constante de reuniões só distrai e, infelizmente, prejudica o trabalho sério necessário para abordar questões de paz e segurança internacionais, incluindo os esforços dos Estados Unidos para libertar todos os 48 reféns que permanecem em cativeiro pelo Hamas", argumentou.

Mike Waltz dirigiu posteriormente as críticas à própria Resolução 2334, defendendo que é "fundamentalmente uma falha", "deslegitima Israel indevidamente" e exemplifica o "pensamento ultrapassado que levou a fracassos consecutivos na diplomacia do Médio Oriente".

"Portanto, 'briefings' superficiais como este de hoje não fazem nada para acabar com o conflito ou encerrar a guerra", afirmou.

Waltz, ex-conselheiro de Segurança Nacional do atual Presidente Donald Trump, acusou ainda os países que reconheceram recentemente o Estado palestiniano de encorajar a continuidade do conflito e recompensarem o Hamas, alegando ser a "hora de parar de repetir essa abordagem fracassada".

Na reunião de hoje, vários Estados-membros apelaram a Israel que interrompa a expansão de colonatos ilegais e atue contra a violência dos colonos extremistas.

Já o coordenador do Escritório Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente (UNSCO), Ramiz Alakbarov, explicou que as atividades de colonato aceleraram durante o período do relatório do secretário-geral -- de 18 de junho a 19 de setembro -, frisando que as autoridades israelitas avançaram ou aprovaram aproximadamente 20.810 unidades habitacionais na Cisjordânia ocupada, incluindo em Jerusalém Oriental.

As demolições e a anexação de estruturas propriedade de palestinianos também aumentaram.

Alegando falta de licenças de construção, que são emitidas por Israel e quase impossíveis de obter pelos palestinianos, as autoridades israelitas demoliram, apreenderam ou forçaram a demolição de 455 estruturas na Cisjordânia, deslocando 420 pessoas, incluindo 175 crianças e 118 mulheres.

Cerca de 30 dessas estruturas haviam sido financiadas por doadores.

Além disso, as ações militares israelitas também se intensificaram em toda a Faixa de Gaza, atingindo escolas, hospitais, edifícios residenciais e tendas de deslocados internos e pessoas que tentavam obter ajuda, resultando num elevado número de vítimas palestinianas, no contínuo deslocamento em massa de civis e na destruição generalizada, denunciou Ramiz Alakbarov.

No período em análise pela ONU, pelo menos 7.579 palestinianos foram mortos e 37.201 ficaram feridos em Gaza, sendo que a maioria eram mulheres e crianças.

"Mil novecentos e onze foram mortos quando tentavam recolher ajuda, incluindo nas proximidades de locais de distribuição militarizados", frisou o responsável das Nações Unidas.

Segundo fontes israelitas, 37 soldados das Forças de Defesa de Israel foram mortos no conflito em Gaza.

Após 23 meses de combates, a situação humanitária em Gaza atingiu um ponto crítico. A 22 de agosto passado, um organismo apoiado pela ONU, designado como Classificação Integrada das Fases de Segurança Alimentar, confirmou a fome na província de Gaza, tratando-se da primeira vez na região do Médio Oriente.

De acordo Ramiz Alakbarov, citando dados do Ministério da Saúde em Gaza, tutelado pelo Hamas, foram documentadas 440 mortes relacionadas com a subnutrição, incluindo 147 crianças, desde outubro de 2023 até 19 de setembro último.

"A devastação e a miséria contínuas no terreno, particularmente nos últimos dois anos, reforçaram a necessidade absoluta de israelitas, palestinianos, Estados regionais e a comunidade internacional em geral tomarem medidas urgentes que ponham fim à ocupação ilegal e permitam às partes retomar o caminho político, há muito adiado", apelou o coordenador da UNSCO.

Leia Também: Netanyahu terá pedido desculpa ao homólogo do Qatar por ataque a Doha

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