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"Poder brando por si só não basta num mundo onde prevalece o poder duro"

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu hoje que "a paz sem defesa é uma ilusão", quando alguns países da União Europeia (UE) se tentam defender de ameaças híbridas com drones, e rejeitou o "poder brando".

"Poder brando por si só não basta num mundo onde prevalece o poder duro"

© Lusa

Lusa
29/09/2025 12:50 ‧ há 4 dias por Lusa

"Estamos a aumentar de forma maciça os nossos investimentos em defesa porque a paz sem defesa é uma ilusão e porque o poder brando por si só não basta num mundo onde cada vez mais prevalece o poder duro", disse António Costa na cerimónia de entrega dos prémios do Fórum da Nova Economia.

 

Num discurso após a receção do Prémio Fórum Europa, em Madrid, o presidente do Conselho Europeu advogou: "Quando os nossos aliados nos inspiram menos confiança e os nossos adversários aumentam as suas ameaças, temos de ser capazes de nos defender a nós próprios".

"Se queremos ser livres e autónomos, não podemos depender militarmente de outras potências. Se queremos ser influentes e ser ouvidos, por exemplo, no Médio Oriente, não bastará erguer grandes princípios, emitir comunicados ou brandir o nosso poder económico", elencou também.

O discurso surge antes de uma cimeira informal, na quarta-feira em Copenhaga pela presidência do Conselho da UE assumida pela Dinamarca, quando precisamente este país enfrenta ameaças híbridas devido à invasão do espaço aéreo por drones (aeronaves pilotadas remotamente), após isso ter acontecido com Estados-membros como Polónia, Roménia e Estónia.

Nesse encontro, os líderes da UE vão precisamente discutir como aumentar a prontidão militar, tanto em termos tradicionais como incluindo estas novas tecnologias.

Na passada sexta-feira, 10 países da UE (Bulgária, Estónia, Finlândia, Letónia, Lituânia, Polónia e Roménia, Eslováquia, Dinamarca e Hungria) decidiram avançar com um muro contra drones, um sistema de defesa aérea para detetar e reagir à entrada irregular destas aeronaves pilotadas remotamente, que arranca no flanco leste e pode ser alargado ao resto do espaço comunitário.

O comissário europeu de Defesa, Andrius Kubilius, está hoje em Varsóvia a discutir com partes interessadas como é que este sistema pode avançar.

No seu discurso em Madrid, António Costa comentou que "o mundo está a mudar de forma acelerada",

"O clima, a tecnologia, a geopolítica.... Mas não podemos ficar paralisados, esmagados pela velocidade destas mudanças. Temos nas nossas mãos um instrumento único na história, que é a nossa União Europeia, e devemos agir e devemos fazê-lo já", vincou.

O antigo primeiro-ministro português observou que o maior aliado da UE, os Estados Unidos, "está a mudar", nomeadamente devido às tensões comerciais entre os dois blocos que não se dissiparam na totalidade com um acordo comercial para tarifas norte-americanas de 15% às importações europeias.

"Não somos nem americanos, nem russos, nem chineses. Somos europeus e estamos orgulhosos disso, da nossa diversidade cultural, do nosso modelo social, das nossas liberdades, da nossa tolerância e da nossa democracia. E neste novo mundo mais perigoso, mais áspero, que está agora apenas a nascer, devemos defender o nosso modelo a todo o custo", concluiu.

Leia Também: Rússia: Kremlin critica impossibilidade de moldavos votarem nas eleições

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