Law, que fugiu de Hong Kong em 2020 e vive atualmente em Londres, indicou em comunicado que foi detido no aeroporto de Singapura na noite de sábado e informado quatro horas depois de que a sua entrada no país tinha sido recusada. O ativista viajava desde São Francisco com visto concedido previamente pelas autoridades do país asiático, para participar num evento à porta fechada, apenas por convite.
"Penso que a decisão de negar a minha entrada foi política, embora não saiba se houve ou não envolvimento direto ou indireto de forças externas, como a República Popular da China", afirmou Law, que preferiu não prestar mais declarações.
As autoridades de Singapura confirmaram a recusa de entrada, sublinhando que a concessão de visto não garante a entrada no país, estando esta sujeita a controlo adicional nas fronteiras. O Ministério da Administração Interna considerou que "a entrada e permanência de Law no país não seriam do interesse nacional".
A polícia de Hong Kong emitiu em 2023 um mandado de detenção contra Law ao abrigo da Lei de Segurança Nacional, acusando-o de "conluio com forças estrangeiras" e "incitação à secessão", por alegadamente ter apelado a sanções contra a China e defendido a independência de Hong Kong em reuniões com autoridades estrangeiras e em cartas abertas, petições, publicações nas redes sociais e entrevistas.
Após a introdução da Lei de Segurança Nacional em 2020, centenas de ativistas foram presos em Hong Kong. Nathan Law, um dos rostos da Revolução dos Guarda-chuvas de 2014, foi eleito deputado em 2016, mas acabou desqualificado por alterar o tom durante o juramento de lealdade à China, o que foi interpretado como um gesto de protesto.
O governo de Singapura tem um acordo de extradição com Hong Kong, mas este não inclui crimes ao abrigo da Lei de Segurança Nacional. Ainda assim, Law regressou a São Francisco no domingo, após passar cerca de 14 horas em Singapura.
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