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Sarkozy. Macron criticado por "silêncio ensurdecedor" após juíza ameaçada

O Sindicato da Magistratura francês criticou hoje o Presidente francês, Emmanuel Macron, pelo seu silêncio "ensurdecedor" perante as ameaças à presidente do tribunal que condenou o ex-chefe de Estado Nicolas Sarkozy na quinta-feira.

Sarkozy. Macron criticado por "silêncio ensurdecedor" após juíza ameaçada

© Nathan Laine/Bloomberg via Getty Images

Lusa
28/09/2025 12:29 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

França

"Embora o ministro da Justiça em exercício [Gérald Darmanin] tenha expressado desta vez o seu apoio ao sistema judicial, o silêncio do Presidente da República, principal garante da independência do poder judicial, é ensurdecedor", denunciou o sindicato de esquerda, em comunicado.

 

As autoridades francesas abriram, na sexta-feira, duas investigações para apurar "mensagens ameaçadoras" enviadas à magistrada parisiense, que condenou na quinta-feira o ex-Presidente Nicolas Sarkozy a cinco anos de prisão por associação de malfeitores no seu julgamento pelo alegado financiamento ilegal da sua campanha presidencial de 2007 com dinheiro do Governo do então líder líbio, Muammar Kadafi.

Nathalie Gavarino, magistrada responsável por presidir ao tribunal que julgou este caso, recebeu o apoio do ministro da Justiça, que condenou no sábado "sem reservas" a intimidação e as ameaças de morte contra juízes que são, segundo o governante, "absolutamente intoleráveis numa democracia".

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) também se pronunciou no mesmo sentido, condenando veementemente, no sábado, as ameaças e os ataques pessoais destinados a questionar a imparcialidade dos juízes que condenaram Sarkozy.

Questionado, numa entrevista divulgada hoje, sobre se Gavarino deveria ter sido substituída por outro juiz, uma vez que no passado se manifestou contra Sarkozy quando este era Presidente (2007-2012), este respondeu: "teria sido preferível, sem dúvida".

Na mesma entrevista ao semanário Le Journal du Dimanche, o ex-Presidente francês disse ser vítima de uma "conspiração" e acrescentou que lutará até ao "ultimo suspiro" para provar a sua honestidade neste processo, no qual considera que "foram violados todos os limites do Estado de direito".

No comunicado hoje divulgado, o Sindicato da Magistratura francês sublinhou que "os magistrados têm o direito de se expressar na sua qualidade sindical sem que a sua imparcialidade no exercício das suas funções seja questionada".

E acrescentou: "Atacar pessoalmente um magistrado constitui um atentado contra o próprio Estado de direito".

Sarkozy, de 70 anos, foi condenado na quinta-feira por conspiração.

O ex-Presidente francês conspirou com os seus subordinados para obter dinheiro de forma ilegal do regime do antigo ditador da Líbia Muammar Kadafi.

O dinheiro foi canalizado para a campanha eleitoral presidencial de 2007, na qual Nicolas Sarkozy saiu vitorioso.

O antigo líder francês esteve no poder desde 2007 até 2012.

O ex-Presidente pediu um recurso contra a decisão judicial, mas os termos da sentença estipulam que a punição deve entrar em vigor sem aguardar o resultado do recurso.

Leia Também: Abertas investigações a ameaças contra juíza que condenou Nicolas Sarkozy

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