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Discurso de Netanyahu na ONU? "Pejado de mentiras e falsidades"

Um responsável da Autoridade Palestiniana criticou hoje veementemente o discurso do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na Assembleia-Geral da ONU, considerando-o "pejado de mentiras e falsidades".

Discurso de Netanyahu na ONU? "Pejado de mentiras e falsidades"

© Dursun Aydemir/Anadolu via Getty Images

Lusa
26/09/2025 20:37 ‧ há 1 semana por Lusa

"Foi o discurso de um homem derrotado, de um líder desesperado que tentou novamente conquistar um Ocidente que cada vez mais se distancia de um Estado genocida, usando o medo como único argumento", declarou Adel Atieh, diretor do departamento de assuntos europeus do Ministério dos Negócios Estrangeiros palestiniano, citado pela agência de notícias francesa, AFP.

 

"O discurso não mostrou nem visão nem perspetiva: apenas refletiu um isolamento crescente, uma fuga em frente e a angústia de uma potência que sabe que está do lado errado da história", acrescentou.

Por entre vaias e saídas da sala de representantes de outros países, Netanyahu subiu hoje à tribuna da Assembleia-Geral da ONU e proferiu um discurso num tom ofensivo, em que manteve as suas posições, rejeitando as acusações de "genocídio" na Faixa de Gaza e prometendo "terminar a missão" de destruir o movimento islamita palestiniano Hamas naquele enclave.

Criticou os Estados ocidentais que decidiram reconhecer esta semana o Estado palestiniano -- entre os quais Portugal -, argumentando que "cederam" ao Hamas, provando que "compensa matar judeus".

"Eis outra mensagem para os líderes ocidentais: Israel não vos permitirá que lhe imponham um Estado terrorista. Não cometeremos um suicídio nacional, porque vocês não têm coragem de enfrentar a comunicação social hostil e as multidões antissemitas que clamam pelo sangue de Israel", afirmou.

Portugal, Reino Unido, Canadá e Austrália reconheceram no domingo oficialmente o Estado da Palestina, ao passo que no dia seguinte, numa cimeira à margem da Assembleia-Geral da ONU sobre o futuro da solução de dois Estados coexistindo pacificamente lado a lado, também França, Bélgica, Malta, Luxemburgo, Andorra, Mónaco e São Marino o fizeram, desencadeando a ira de Israel.

A guerra declarada a 07 de outubro de 2023 em Gaza para "erradicar" o Hamas - após o seu ataque a Israel fazer cerca de 1.200 mortos e 251 reféns - fez, até agora, pelo menos 65.549 mortos, na maioria civis, e 167.518 feridos, além de milhares de desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros e também espalhados pelas ruas, e mais alguns milhares que morreram de doenças e infeções, segundo números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Prosseguem também diariamente as mortes por fome, causadas por mais de dois meses de bloqueio de ajuda humanitária e pela posterior entrada a conta-gotas de alguns mantimentos, distribuídos em pontos considerados "seguros" pelo Exército, que regularmente abre fogo sobre civis famintos, tendo até agora matado 2.543 e ferido pelo menos 18.614.

Há muito que a ONU declarou o território em grave crise humanitária, com mais de 2,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" e "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela organização em estudos sobre segurança alimentar no mundo, mas a 22 de agosto emitiu uma declaração oficial do estado de fome na cidade de Gaza e arredores.

Já no final de 2024, uma comissão especial da ONU acusara Israel de genocídio em Gaza e de usar a fome como arma de guerra, situação também denunciada por países como a África do Sul junto do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), e uma classificação igualmente utilizada por organizações internacionais de defesa dos direitos humanos.

Leia Também: Netanyahu abandona Nações Unidas sem encontro com Guterres

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