Uma mulher, cujo corpo foi descoberto em Espanha há mais de 20 anos, foi identificada através de uma campanha policial internacional, esta quinta-feira. Trata-se de uma cidadã de nacionalidade russa, chamada Liudmila Zavada, de 31 anos.
É a terceira pessoa a ser identificada pela iniciativa 'Operação Identifique-me', lançada pela Interpol em 2023, num esforço para descobrir as identidades de mulheres que foram assassinadas ou morreram em circunstâncias suspeitas ou inexplicáveis na Europa, conta a BBC.
Valdecy Urquiza, o secretário-geral de policiamento internacional da Interpol, que lidera a campanha, referiu de que esta identificação mais recente pode dar uma "nova esperança às famílias e amigos de pessoas desaparecidas" e "novas pistas" aos investigadores.
"20 anos depois, uma mulher desconhecida teve de volta o seu nome", disse.
O corpo de Liudmila foi descoberto em julho de 2005, na beira de uma estrada em Barcelona, Espanha. Era chamada pela polícia como "a mulher de cor de rosa", porque estava toda vestida dessa cor, incluindo os sapatos.
Liudmila Zavada© Interpol
A polícia local considerou a morte "suspeita", porque as provas sugeriam que o corpo tinha sido movido nas 12 horas anteriores a ter sido encontrado. Mas as investigações não conseguiram identificá-la com sucesso.
O ano passado, o caso foi adicionado à 'Operação Identifique-me'. Os detalhes do caso foram partilhados com o público pela primeira vez, e os registos, incluindo impressões digitais partilhados com forças policiais por todo mundo.
No início do ano, a polícia turca correu as impressões digitais de Liudmila pela base de dados do país e conseguiu descobrir a identidade da 'mulher de cor de rosa'. O ADN deu depois resultado compatível com um familiar próximo na Rússia.
As investigações policiais sobre a morte e as circunstâncias em que ocorreu continuam.
'Operação Identifique-me'
A primeira mulher identificada pela operação foi Rita Roberts, de 31 anos, do País de Gales, que foi assassinada na Bélgica em 1992. A família disse que estava preocupada há décadas, sem saber o que lhe tinha acontecido.
No início deste ano, uma mulher encontrada morta num aviário, em Espanha, foi identificada como Ainoha Izaga Ibieta Lima, de 33 anos, natural do Paraguai, na América do Sul. As circunstâncias da sua morte foram descritas pela polícia como "inexplicáveis".
A polícia ainda tenta identificar outras 44 mulheres encontradas mortas nos Países Baixos, Alemanha, Bélgica, França, Itália e Espanha. A maioria são vítimas de assassinato, com idades entre 15 e 30 anos.
A Interpol explica que o aumento da migração global e do tráfico de pessoas levou ao desaparecimento de mais pessoas fora dos seus países, o que pode tornar a identificação de corpos mais difícil.
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