"À luz das discussões em curso sobre o dossiê nuclear aqui em Nova Iorque, exortei o Presidente Pezeshkian a tomar - mesmo nesta fase tardia - medidas concretas no sentido de uma plena cooperação com a AIEA", divulgou Costa nas redes sociais, a propósito do encontro com o líder iraniano, à margem da 80.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU.
No encontro, Costa transmitiu a Pezeshkian "as preocupações da UE relativamente ao programa nuclear do Irão, à situação dos detidos e ao apoio militar à Rússia".
Intervindo, na quarta-feira, no debate geral nas Nações Unidas, Masoud Pezeshkian reiterou que "o Irão nunca procurou e nunca procurará construir uma bomba atómica".
"Não queremos armas nucleares", insistiu.
O Presidente iraniano está em Nova Iorque numa altura em que o Irão enfrenta o risco de novas e duras sanções da ONU caso não chegue a um acordo com os líderes europeus até sábado.
Mas, antes mesmo da chegada a Nova Iorque, os esforços diplomáticos do Presidente e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araghchi, ficaram ensombrados pela recusa do líder supremo iraniano, o ayatollah Ali Khamenei, em aceitar qualquer negociação nuclear direta com os Estados Unidos (EUA).
Ainda na intervenção na Assembleia Geral da ONU, o Presidente iraniano criticou os esforços do Reino Unido, Alemanha e França para acionarem o chamado mecanismo de "retorno automático" ('snapback') com vista à reposição de sanções -- salvo um acordo de última hora -- devido ao alegado incumprimento por parte do Irão das condições do acordo nuclear de 2015, que visa impedir Teerão de desenvolver armas nucleares.
O chefe de Estado iraniano afirmou que os três países -- conhecidos como E3 -- atuaram durante anos de "má-fé" para impor ao Irão o cumprimento de um acordo que os Estados Unidos abandonaram em 2018.
O grupo E3 ativou, através do Conselho de Segurança da ONU, o processo para restabelecer sanções pesadas contra o Irão a partir da meia-noite de sábado (01:00 de sábado em Lisboa), acusando o país de não cooperar no seu programa nuclear.
Moscovo e Teerão assinaram em janeiro em Moscovo um novo acordo de parceria estratégica, que prevê o reforço da cooperação militar, no primeiro encontro dos dois líderes desde a queda do regime sírio, que era apoiado por ambos.
O Irão é acusado pelo Ocidente de fornecer 'drones' e mísseis de curto alcance à Rússia, ajudando assim o Exército russo na Ucrânia, acusação rejeitada Teerão.
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