"Vou candidatar-me a secretário-geral da ONU", confirmou o diplomata argentino à agência de notícias espanhola EFE, durante um encontro com os meios de comunicação social em Washington.
Grossi já tinha admitido a possibilidade de se candidatar ao cargo e substituir António Guterres, que está no seu segundo mandato que termina em 2027.
"A roda começou a girar", disse Grossi, acrescentando que o processo para oficializar a sua candidatura terá início "nas próximas semanas".
O diretor-geral da AEIA afirmou também que tinha discutido hoje a sua candidatura durante uma reunião com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, em Washington.
Grossi está à frente da AIEA desde 2019 e recentemente tem enfrentado vários desafios enquanto diretor-geral desta agência da ONU, como é o caso do Irão que tem recusado a entrada de inspetores para supervisionarem as suas instalações nucleares.
Após a guerra de 12 dias entre o Irão e Israel e o bombardeamento de instalações nucleares por parte dos Estados Unidos, em junho passado, o parlamento iraniano aprovou uma lei que suspendeu a cooperação com a agência nuclear da ONU, obrigando os inspetores a abandonarem o país.
A AEIA anunciou na terça-feira a entrada de inspetores de novo no Irão, apesar da lei e de críticas de parlamentares conservadores iranianos que se opõem ao regresso da agência ao país.
A partir de Washington, Grossi anunciou que os inspetores da AIEA tinham começado hoje o seu trabalho na central de Bushehr, a principal central nuclear de produção de eletricidade do Irão.
Grossi, um diplomata de carreira com uma vasta experiência no domínio da energia nuclear e da não-proliferação de armas nucleares, foi embaixador da Argentina na Áustria entre 2013 e 2019.
Durante o seu percurso na AEIA visitou centrais nucleares na Coreia do Norte e negociou com o Irão o congelamento do seu programa nuclear.
Leia Também: Irão nega acordo com a ONU sobre inspeções ao programa nuclear