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Irão nega acordo com a ONU sobre inspeções ao programa nuclear

O Irão negou hoje a existência de um acordo com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) após o regresso dos inspetores, respondendo assim a críticas dos parlamentares conservadores. 

Irão nega acordo com a ONU sobre inspeções ao programa nuclear

© Iranian Presidency / Handout/Anadolu via Getty Images

Lusa
27/08/2025 13:26 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Irão

Vários parlamentares iranianos criticaram hoje no Parlamento de Teerão o regresso dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) ao país, ameaçando mesmo processar o Presidente, Massoud Pezeshkian.

 

Após o protesto dos conservadores no Parlamento, o ministro dos Negócios Estrangeiros disse, através de uma mensagem difundida nas redes sociais, que "ainda" não foi aprovado um texto final.

Abbas Araghchi referiu ainda que se verificou uma troca de opiniões e que a agência das Nações Unidas também apresentou posições por escrito.

O chefe da diplomacia do Irão disse também que os inspetores da AIEA estão no país para supervisionarem a troca de combustível na central nuclear de Bushehr, no sul.

Abbas Araghchi indicou que se tratou de uma decisão aprovada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional, mas não mencionou qualquer inspeção ao restante programa atómico do Irão.

Após a guerra de 12 dias entre o Irão e Israel e o bombardeamento de instalações nucleares por parte dos Estados Unidos, o Parlamento iraniano aprovou uma lei que suspendeu a cooperação com a agência nuclear da ONU, obrigando os inspetores a abandonarem o país.

Hoje, parlamentares conservadores iranianos como Amir Hosein Sabeti e Kamran Ghazanfari consideraram que o regresso dos inspetores da agência das Nações Unidas colide com a legislação aprovada em junho.

"A entrada de 'agentes' da AIEA nas instalações nucleares de Bushehr e Teerão constitui uma violação da lei que exige que o Governo suspenda a cooperação com a agência", disse Amir Hosein Sabeti.

O diretor geral da AIEA, Rafael Grossi, anunciou hoje que inspetores da AIEA entraram no Irão para retomar os trabalhos que não tinham finalizado.

Segundo o jornal iraniano Amwaj, os inspetores das Nações Unidas estão na cidade de Bushehr, onde se encontra instalado o único reator nuclear do Irão.

Amir Hosein Sabeti disse que se as ações da AEIA continuarem, os deputados conservadores vão apresentar uma queixa judicial contra o presidente do Conselho Supremo de Segurança Nacional por violação da lei, o órgão máximo que define as políticas de defesa e segurança no Irão, e que é liderado por Massoud Pezeshkian.

Para Sabeti, os inspetores são "espiões" que podem colocar em risco a segurança nacional do país ao partilharem informações com Israel.

O presidente do Parlamento, Mohamed Baqer Qalibaf, defendeu que a presença dos inspetores não contradiz o texto da lei aprovada há dois meses.

A aparente crise política interna relacionada com a chegada dos inspetores da AIEA ocorre na mesma altura em que se verificam tensões entre o Irão e os países europeus que admitem a imposição de sanções.

Conhecido como E3, o grupo constituído pelo Reino Unido, a França e a Alemanha fazem parte do acordo nuclear de 2015, sendo que existe a possibilidade de voltarem a estabelecer sanções internacionais contra o Irão antes do próximo dia 18 de outubro. Responsáveis de Teerão e do E3 reuniram-se na terça-feira em Genebra, mas a discussão não produziu resultados.

Os três países europeus propuseram ao Irão uma extensão do prazo se o país permitisse a entrada de inspetores internacionais e pediram a Teerão para retomar as negociações com os Estados Unidos.

Até ao momento, Teerão afirmou que o E3 não cumpriu os compromissos ao abrigo do acordo de 2015 - que suspendeu as sanções em troca de limites ao programa nuclear -, não tendo, por isso, o direito de voltar a implementar medidas económicas punitivas.

O tratado foi abandonado pelos Estados Unidos em 2018, durante o primeiro mandato de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos (2017-2020).

Por outro lado, no passado domingo, o líder supremo do Irão, Ali Khamenei, voltou a fechar a porta a negociações diretas com os Estados Unidos.

No mesmo discurso, Ali Khamenei pediu apoio ao Presidente Pezeshkian.

Leia Também: Autoridades do Irão matam 13 militantes da minoria baluchi no país

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