"Temos de nos lembrar como o mundo ignorou a necessidade de ajudar a Geórgia, após o ataque da Rússia, e como se perdeu a Bielorrússia. A Europa não pode perder a Moldova também", disse Zelensky, na sua intervenção perante a Assembleia-Geral da ONU, num discurso em que acusou Moscovo de procurar repetir no território moldavo a mesma influência que o Irão exerce sobre o Líbano.
A Moldova, com um Governo e uma Presidente pró-europeístas, realiza no domingo eleições legislativas, vistas como cruciais para o futuro alinhamento político de Chisinau entre a União Europeia (UE) e Moscovo.
O chefe de Estado ucraniano afirmou que as instituições internacionais estão a falhar e que a realidade demonstra que o Direito internacional só funciona quando há aliados fortes e capacidade militar.
"É terrível, mas sem armas as coisas seriam ainda piores. Não há garantias de segurança sem amigos e sem armas", explicou o líder ucraniano.
Zelensky insistiu que "parar Putin agora é mais barato do que enfrentar uma corrida global às armas", mas avisou que, se o Presidente russo não for travado, essa corrida será inevitável.
"Estamos a viver a mais destrutiva corrida armamentista da história, porque agora inclui inteligência artificial", lembrou Zelensky.
O Presidente ucraniano pediu a criação de regras internacionais para o uso de armamento, incluindo drones e sistemas de inteligência artificial, equiparando essa necessidade à de controlar a proliferação nuclear.
"As armas evoluem mais rápido do que a nossa capacidade de defesa. É urgente estabelecer regras globais", argumentou o líder ucraniano.
Zelensky lembrou que o seu país foi obrigado a desenvolver drones de longo alcance e drones marítimos para proteger as suas cidades, portos e rotas comerciais, face à ausência de meios fornecidos pelos aliados.
"Não tínhamos alternativa. A Rússia deixou-nos sem outra escolha", disse o Presidente ucraniano, acrescentando que Kiev está preparada para expandir a produção de armamento e partilhar tecnologia com parceiros.
"Estamos prontos para desenvolver e exportar armas modernas que já provaram a sua eficácia em combate. Não é necessário começar do zero. A Ucrânia está preparada para transformar a sua defesa em segurança partilhada com parceiros fortes", assegurou Zelensky.
Numa referência às negociações diplomáticas, Zelensky destacou o encontro que manteve em Nova Iorque com o Presidente norte-americano, Donald Trump, e com outros líderes internacionais.
"Foi uma boa reunião. Muito depende dos Estados Unidos, do G7 e do G20. Mas, no fim, a paz depende de todos nós, das Nações Unidas", concluiu o Presidente da Ucrânia, dirigindo-se à comunidade internacional.
"Não fiquem em silêncio enquanto a Rússia prolonga esta guerra. Condenem, falem, unam-se. Ajudem-nos a defender a vida e a lei internacional. O mundo está à espera de ação", pediu Zelensky.
[Notícia atualizada às 15h29]
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