Dos 14 imigrantes da África Ocidental deportados pelos Estados Unidos para o Gana, 11 foram enviados de volta aos países de origem no fim de semana, apesar das preocupações com a segurança "devido ao risco de tortura, perseguição ou tratamento desumano".
"Temos de informar ao tribunal que as pessoas cujos direitos humanos estamos a tentar garantir foram todas deportadas no fim de semana", disse hoje o advogado Oliver Barker-Vormawo, durante uma audiência.
Anteriormente, as autoridades ganesas tinham dito que todos os deportados tinham sido enviados para os países de origem. Os deportados e os seus advogados disseram mais tarde à agência de notícias Associated Press (AP) que 11 deles ainda estavam numa instalação militar no Gana, o que os levou a processarem o Governo na semana passada, de forma a garantir a sua libertação.
Num comunicado emitido na segunda-feira, divulgado hoje por meios locais, o Governo do Essuatíni precisou que no último domingo "o imigrante jamaicano Orville Isaac Etoria, por vontade própria e sem qualquer coação, foi repatriado para o seu país de origem".
Etoria "regressou são e salvo à Jamaica, onde foi recebido calorosamente pela família", assegurou o Governo, que agradeceu o apoio da Organização Internacional para as Migrações (OIM) para que "esta repatriação voluntária tenha sido bem-sucedida".
O cidadão jamaicano faz parte de um grupo de cinco imigrantes deportados dos EUA para o Essuatíni em julho passado em virtude de um acordo bilateral de acolhimento temporário dos deportados.
"Atualmente, está-se a trabalhar com os quatro imigrantes restantes de Cuba, Laos, Vietname e Iémen, com vistas à sua repatriação para os respetivos países", acrescentou-se na nota oficial.
A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) disse hoje que centenas de pessoas expulsas pelos Estados Unidos para o Essuatíni, Gana, Ruanda e Sudão do Sul correm risco de detenção arbitrária e maus-tratos.
Em comunicado, a HRW considera "obscuros" os acordos que facilitam as transferências de imigrantes dos Estados Unidos por violarem o direito internacional, sublinhando que as deportações visam instrumentalizar o "sofrimento humano".
A organização de defesa dos direitos humanos instou os governos africanos a recusarem assinarem os acordos para aceitarem os deportados dos Estados Unidos e a rescindirem os documentos que já estão em vigor.
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