"Esta manhã foram realizadas mais de 250 buscas em vários locais do país, envolvendo mais de 100 pessoas", escreveu a polícia moldava no canal de mensagens Telegram.
Segundo o procurador-geral do Gabinete de Combate ao Crime Organizado e Casos Especiais, Victor Furtuna, 74 pessoas foram detidas por até 72 horas.
De acordo com o comunicado, as operações foram realizadas no âmbito de um processo de preparação de "distúrbios em massa e desestabilização" por criminosos "coordenados pela Federação russa".
Por isso, acrescentou o comunicado, foram também realizadas buscas em centros de detenção e prisões moldavos.
Pelo seu lado, a oposição moldava informou que as forças de segurança também visaram nomes críticos do Governo pró-europeu.
Segundo o socialista Igor Dodon, líder da oposição pró-Rússia no país, as autoridades "querem intimidar" os opositores e "silenciá-los" para garantir a vitória do Partido Ação e Solidariedade (PAS), no poder.
A Presidente, Maia Sandu, e o PAS "já estão a procurar desculpas para cancelar as eleições, sabendo que terão um mau resultado a 28 de setembro", escreveu Dodon, que foi presidente do país entre 2016 e 2020.
No domingo, Dodon acusou as autoridades de se prepararem para manipular a votação, sobretudo nas mesas de voto no estrangeiro, onde a diáspora pode influenciar a situação, como aconteceu nas eleições presidenciais de outubro passado.
Por isso, segundo o socialista, "apenas duas assembleias de voto estão abertas na Rússia e cerca de 300 no ocidente".
A antiga república soviética atravessa um momento crucial, em plena guerra na vizinha Ucrânia e a poucos dias das eleições legislativas que determinarão se o futuro do país estará ligado à União Europeia (UE) ou à órbita de Moscovo.
Sandu acusou Moscovo de preparar uma "ingerência sem precedentes" nas eleições moldavas e convocou, de urgência, o Conselho de Segurança do país para discutir medidas de resposta.
Tal como aconteceu no referendo pró-europeu de outubro passado, quando o "sim" venceu, graças ao voto dos emigrantes, a chave para a vitória pode estar nas mãos da diáspora moldava, que trabalha e vive em países como Itália, Espanha e Portugal.
Ao mesmo tempo, muitos analistas acreditam que o partido de Sandu só conseguirá manter-se no poder formando uma coligação.
De acordo com uma sondagem publicada hoje no portal de internet Noi.md, o PAS deverá obter 21,2% dos votos no domingo, mas poderá ser ultrapassado pelo principal grupo da oposição, o Bloco Patriótico (PSRM), uma união de quatro partidos considerados muito próximos da Rússia.
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