"A Ucrânia impôs sanções a autoridades, empresários e indivíduos envolvidos em violações dos direitos humanos na Crimeia temporariamente ocupada, bem como a propagandistas e figuras pró-Rússia na Moldova", informou Zelensky.
No sábado à noite, o presidente ucraniano disse que as medidas afectarão "seis propagandistas", "11 figuras civis e políticas moldavas que promovem a retórica pró-Rússia e justificam a agressão russa", "66 indivíduos e 13 pessoas colectivas".
As eleições na Moldova acontecem a 28 de setembro e se os partidos pró-russos ganharem e passarem a governar o país, é provável que as negociações de adesão à UE sejam congeladas, como aconteceu com a Geórgia em 2024.
"Esta decisão envia um importante sinal de apoio ao povo moldavo no seu caminho para a integração europeia", afirmou o Presidente ucraniano, no habitual discurso diário à nação.
Zelensky assegurou que as sanções "estão coordenadas com as políticas dos parceiros internacionais e visam bloquear os recursos russos e proteger os direitos humanos nos territórios ocupados".
Em 15 de setembro, o Observatório Europeu dos Meios de Comunicação Digitais (EDMO, na sigla em inglês) alertou para a desinformação durante a campanha eleitoral na Moldova.
Muitas das narrativas falsas partilhadas 'online' têm origem na Rússia, através de uma rede chamada Matryoshka, que lida especificamente com a produção de conteúdo de vídeo com recurso à inteligência artificial (IA).
Em julho, a Lusa noticiou a existência desta rede, quando uma campanha de desinformação pró-russa utilizava meios de comunicação internacionais, como a Reuters ou a France 24, para disseminar desinformação e propaganda em países europeus, visando desacreditar as democracias ocidentais.
"Uma rede de 'bots' chamada Matryoshka, coordenada pelas autoridades do Kremlin, é responsável por gerar conteúdo de IA dedicado às eleições da Moldova", salienta agora o EDMO.
De forma a transmitir eficazmente estas mensagens, os atores desinformativos recorrem a "uma bolha de propaganda e desinformação russa com 128 contas, que foram ativadas agora, durante a campanha, e que publicam quase exclusivamente clipes gerados por IA no TikTok".
O EDMO cita ainda um relatório do Digital Forensic Reserach Lab (DRFLab), que identificou 215 contas do Facebook, TikTok e Instagram, que constituem uma rede que atuava de forma coordenada e que, entre dezembro e abril, espalhou desinformação contra a Moldova.
A rede Matryoshka é conhecida entre os verificadores de factos por espalhar notícias falsas estilizadas como material de meios de comunicação social internacionais, instituições académicas e agências governamentais.
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