"O Presidente egípcio decidiu perdoar [...] vários condenados após tomar as medidas constitucionais e legais necessárias a esse respeito", indicou a al-Qahera, acrescentando que Abdel-Fattah era elegível para o perdão.
'Figura-chave' na revolta egípcia de 2011, Abdel-Fattah foi preso pela última vez em 2019 e condenado depois a cinco anos de prisão por divulgar uma publicação no Facebook a dar conta da brutalidade policial no país.
Alaa Abdel-Fattah, também conhecido por Ahmed Seif Abd-El Fattah, é um dos principais ativistas políticos do país e foi uma das vozes de destaque na revolta da Primavera Árabe de 2011.
Na prisão, fez várias greves de fome e o seu caso tornou-se um símbolo do retrocesso democrático no Egito.
A libertação do ativista de 43 anos, que passou a maior parte da última década na prisão, foi confirmada já por Khaled Ali, advogado de Abdel-Fattah, desconhecendo-se ainda a data de saída da prisão.
"Graças a Deus, o Presidente da República [do Egito] emitiu uma decisão a perdoar Alaa Abdel-Fattah", disse Khaled Ali nas redes sociais.
Para já, sabe-se que al-Sisi indultou pelos menos outros cinco detidos, cujos nomes não foram revelados.
"O meu coração vai parar", comentou a sua irmã, Mona Seif, na rede social X.
A decisão surge poucos dias depois de o Presidente egípcio ter ordenado a análise de pedidos de perdão para vários detidos, incluindo Alaa Abdel-Fattah, informou o Conselho Nacional de Direitos Humanos, organismo ligado ao Estado.
Em julho, a justiça determinou a sua retirada da lista de pessoas acusadas de terrorismo, considerando que as investigações recentes não revelaram qualquer prova da sua ligação à Irmandade Muçulmana, organização proibida no Egito.
O Governo britânico levantou regularmente o seu caso junto das autoridades egípcias.
Em maio, um grupo de peritos das Nações Unidas qualificou a detenção como arbitrária e apelou à sua libertação imediata.
A mãe, a ativista e académica Laila Soueif, terminou recentemente uma greve de fome de 10 meses em protesto pela prisão do filho. O próprio Abdel-Fattah está em greve de fome desde o início de setembro, depois de, em março, ter feito uma greve parcial em solidariedade com a mãe, então hospitalizada.
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