"A história deve servir como um lembrete permanente para identificar e nos opormos às lógicas hegemónicas e aos atos de intimidação dissimulados sob uma nova forma", disse Dong, diante de várias centenas de oficiais militares e civis e especialistas chineses e estrangeiros reunidos em Pequim para o Fórum Xiangshan, a maior conferência dedicada à China em questões de defesa e segurança.
O ministro salientou que o seu discurso coincidia com o aniversário do incidente de Mukden, um falso atentado orquestrado pelo exército japonês em 1931 para justificar a invasão do nordeste do território chinês. Estes acontecimentos são vistos na China como uma humilhação histórica.
O ministro alertou para as "novas ameaças" que pesam sobre a paz, num contexto de tensões geopolíticas e de competição em todas as frentes com os Estados Unidos.
"As nuvens que constituem uma mentalidade de Guerra Fria, o hegemonismo e o protecionismo não se dissiparam", afirmou Dong, sem citar explicitamente os Estados Unidos.
O ministro abordou a defesa dos interesses marítimos da China, num momento em que antigas disputas de soberania territorial e atritos abundam nas águas regionais, num contexto de concorrência com o sistema de alianças dos Estados Unidos.
"A suposta liberdade de navegação defendida por alguns países fora da região e a suposta arbitragem internacional invocada por algumas partes desafiam flagrantemente as normas fundamentais das relações internacionais", afirmou.
Ao zelar pela salvaguarda dos seus direitos e interesses marítimos e territoriais, a China "defende firmemente a ordem do pós-guerra e o respeito pelo direito internacional", afirmou.
O Fórum Xiangshan pretende ser o equivalente chinês do Diálogo de Shangri-La, o principal encontro do género na Ásia, organizado anualmente em Singapura.
Cerca de 1.800 convidados de mais de cem países estão anunciados em Pequim para os três dias de conferência até sexta-feira. A maioria dos países ocidentais não está representada a alto nível. A representar os Estados Unidos está o adido de Defesa da sua embaixada em Pequim.
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