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ONU adverte China que impor sucessor ao Dalai Lama não terá legitimidade

Um grupo de especialistas das Nações Unidas denunciou a interferência da China na sucessão do Dalai Lama e exigiu explicações sobre o paradeiro do Panchen Lama, desaparecido há três décadas, numa comunicação tornada hoje pública.

ONU adverte China que impor sucessor ao Dalai Lama não terá legitimidade

© SANJAY BAID/AFP via Getty Images

Lusa
16/09/2025 08:23 ‧ há 3 semanas por Lusa

Os cinco especialistas expressaram "grave preocupação" com as leis chinesas que, desde 2007, conferem ao Estado o poder de autorizar ou vetar reencarnações de líderes budistas, considerando que tais normas "minam o direito à liberdade de religião e crença" e violam o direito internacional.

 

"A pessoa que reencarna tem a única autoridade legítima sobre onde e como renasce e como essa reencarnação deve ser reconhecida", afirmou a ONU na carta pública.

O líder espiritual tibetano, que comemorou em julho o seu 90.º aniversário em Dharamshala, na Índia, onde está exilado, confirmou então que a instituição continuará após a sua morte e que apenas o seu círculo de confiança mais próximo terá autoridade para organizar a busca pelo seu sucessor, num desafio direto à estratégia de controlo por Pequim.

A organização advertiu que "qualquer identificação e nomeação do sucessor do atual Dalai Lama contra as tradições tibetanas e os desejos das comunidades budistas tibetanas não terá qualquer autenticidade nem apoio cultural, religioso ou comunitário".

A comunicação também exigiu respostas sobre o paradeiro de Gedhun Cheokyi Nyima, reconhecido em 1995 como XI Panchen Lama pelo Dalai Lama e desaparecido pouco depois, detido juntamente com a sua família com apenas seis anos pelas autoridades chinesas e nunca mais visto em público.

"Continuamos profundamente preocupados com o presumível desaparecimento forçado de Gedhun Cheokyi Nyima, de seis anos, e da sua família desde 14 de maio de 1995, após o seu reconhecimento como XI Panchen Lama pelo XIV Dalai Lama", lê-se na nota.

O Panchen Lama é a segunda autoridade do budismo tibetano e desempenha um papel essencial no reconhecimento da reencarnação do Dalai Lama. Desde o seu desaparecimento, Pequim impôs o seu próprio candidato, o que deixou os tibetanos entre dois Panchen Lamas: o desaparecido, considerado legítimo, e o oficial do Partido Comunista, rejeitado pela maioria da comunidade.

"Apesar das afirmações do Governo chinês de que ele leva uma vida normal, nunca foram fornecidas informações detalhadas ou verificadas de forma independente sobre o seu destino, paradeiro ou estado de saúde física e mental", lembrou a ONU, que classificou o seu caso como uma grave violação do direito internacional.

A Administração Central Tibetana, com sede em Dharamsala, no norte da Índia, comemorou a declaração dos especialistas e alertou que a interferência de Pequim na sucessão do Dalai Lama "atinge o coração da liberdade religiosa do povo tibetano" e que qualquer sucessor imposto pela China "carecerá de legitimidade" entre os tibetanos.

Leia Também: Praga rejeita críticas de Pequim a encontro de Petr Pavel com Dalai Lama

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