"Este governo sofrerá uma moção de censura, provavelmente dentro de algumas semanas ou meses. Haverá eleições e terão a possibilidade de escolher Jordan Bardella como primeiro-ministro", disse Le Pen num comício do partido União Nacional (RN, na sigla em francês).
No evento em Bordéus, no sudoeste francês, a três vezes candidata presidencial fez a chamada às urnas no caso de uma outra moção de censura, apesar de o poder de convocar eleições antecipadas esteja no Presidente, Emmanuel Macron, que pode nomear um novo primeiro-ministro, à semelhança do que fez após a queda de François Bayrou, na passada segunda-feira.
A RN foi fundamental para derrubar os dois últimos governos franceses: primeiro o de Michel Barnier, no final de 2024, e depois o de François Bayrou, que esteve no cargo entre dezembro de 2024 até este mês.
Perante milhares de militantes, a líder do partido foi crítica à gestão de Macron, considerando que está "desgastado, sem energia, sem visão ou apoio popular", noticia a agência France-Presse (AFP).
Nesse sentido, fez o apelo a uma nova votação como solução para a crise política francesa, que teve início com as eleições legislativas antecipadas, em julho de 2024, após o fracasso do seu partido nas eleições europeias.
Le Pen, que espera poder concorrer ao Eliseu em 2027, caso o seu julgamento em 2026 reduza a pena que a impossibilita de se candidatar por cinco anos num caso de peculato, tem confiança que a vitória do seu candidato Bardella antecipe a sua vitória nas presidenciais.
Le Pen lançou algumas das medidas prometidas pelo seu partido em caso de vitória, como a "preferência nacional", que concederá mais direitos aos franceses aquando do recebimento de benefícios sociais, e a luta contra a imigração.
Segundo uma sondagem da Ipsos, hoje publicada, Bardella, com 35%, e Le Pen, com 32%, são os políticos mais populares para substituir Macron na Presidência francesa, em 2027.
Leia Também: Primeira troca de migrantes em acordo franco-britânico na próxima semana