O primeiro regresso de migrantes a França a partir do Reino Unido, por avião, ocorrerá "no início da próxima semana", disse uma fonte aeroportuária à AFP.
Quanto às "primeiras partidas de França, realizar-se-ão no próximo sábado", indicou o Ministério do Interior francês, citado pela AFP.
O acordo franco-britânico que prevê a troca entre França e o Reino Unido de migrantes que chegam aos respetivos territórios em pequenas embarcações, entrou em vigor no início de agosto.
Concluído durante a visita de Estado do Presidente francês, Emmanuel Macron, ao Reino Unido, em julho, o acordo tem por objetivo impedir as travessias do canal da Mancha em embarcações precárias, organizadas por redes de traficantes.
Os dois Governos assinaram o texto final do acordo no fim de julho, e a Comissão Europeia deu "luz verde" àquela que o Ministério do Interior britânico definiu como "uma abordagem inovadora para dissuadir a imigração ilegal".
As primeiras detenções no âmbito do acordo foram feitas em agosto.
Na altura, o Reino Unido somava mais de 50.000 migrantes que tinham entrado ilegalmente no território, através do canal da Mancha, desde julho de 2024, de acordo com dados do Ministério do Interior britânico.
No âmbito do acordo, os migrantes aceites por França serão apenas aqueles que chegaram ao Reino Unido em "pequenas embarcações" e cujos pedidos de asilo forem considerados inadmissíveis.
Por outro lado, Londres aceitará os migrantes que se candidataram através de uma plataforma digital, dando prioridade aos cidadãos de nacionalidades particularmente visadas pelos traficantes, mas também às pessoas com ligações ao Reino Unido.
Ambos os Governos insistiram que os recém-chegados serão sujeitos a uma análise de segurança total nos dois lados do canal da Mancha.
O plano suscitou fortes críticas no norte de França, onde alguns representantes políticos consideraram o dispositivo demasiado favorável aos britânicos, ao passo que as associações de ajuda aos migrantes apontaram que o documento é contrário aos textos internacionais sobre a proteção dos refugiados.
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