Segundo a agência, desde que o surto foi confirmado, a 4 de setembro, o número de casos subiu para 81, com uma taxa de letalidade de 34,6%, enquanto o número de contatos identificados chegou aos 716.
Na passada quinta-feira, a agência de saúde da União Africana alertou que o surto de ébola na República Democrática do Congo representa um "enorme desafio" para África, ocorrendo num contexto de múltiplas epidemias e num cenário de "recursos limitados" para as enfrentar.
O diretor do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (agência da União Africana), o epidemiologista Ngashi Ngongo, disse hoje em conferência de imprensa que o surto representa um elevado risco de propagação no país, dado que a epidemia começou nas zonas de Bulape e Mweka, em Kasai, e já foram detetados dois novos locais com casos suspeitos.
Na sexta-feira, 400 doses de vacina contra o ébola foram enviadas para o epicentro do vírus, no sul do país, tendo começado hoje a ser ministradas a profissionais de saúde na linha da frente de resposta ao surto.
A vacinação deverá prosseguir com o envio de mais 45 mil unidades, aprovado pelo Grupo Internacional de Coordenação sobre o Fornecimento de Vacinas, segundo a Organização Mundial de Saúde, citada pela agência Associated Press.
Este é o 16.º surto de ébola na história da República Democrática do Congo, desde que o vírus foi detetado pela primeira vez em 1976, e o primeiro na província de Kasai desde 2008.
A estratégia das autoridades congolesas, com o apoio da União Africana e da Organização Mundial de Saúde, inclui a vigilância imediata de todos os contactos diretos ou indiretos de pessoas falecidas e doentes, bem como a administração da vacina.
Neste surto, uma preocupação importante tem sido tem sido o impacto dos recentes cortes de financiamento nos Estados Unidos.
Entre 2014 e 2016, a pior epidemia alguma vez registada no mundo fez cerca de 11.300 mortes na África Ocidental - principalmente na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa - embora a Organização Mundial de Saúde sustente que os números reais possam ser superiores.
O ébola é uma febre hemorrágica grave transmitida pelo contacto direto com sangue ou fluidos corporais de pessoas e animais infetados, com uma taxa de mortalidade que, segundo a Organização Mundial de Saúde, varia entre 60% e 80%.
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