Patrick Otim, responsavel da área de programas da OMS, adiantou durante uma conferência em Genebra, que um helicóptero das Nações Unidas foi utilizado para ajudar a entregar 400 doses de vacina na localidade de Bulape, e mais 1.500 doses serão enviadas da capital Kinshasa.
"Temos lutado nos últimos sete dias com o acesso, mas estamos a colaborar com a MONUSCO (Missão de Manutenção da Paz da ONU na RDCongo)", disse Otim.
Enquanto a OMS e as autoridades congolesas "estão a aumentar os esforços para ter uma resposta em grande escala" em terreno, "precisamos ser capazes de pagar pelas operações", acrescentou.
O acesso limitado e o financiamento necessário são os principais desafios enfrentados pelos responsáveis pela saúde que tentam responder ao mais recente surto de Ébola no sul do Congo, segundo a OMS.
Desde que o surto foi confirmado a 04 de setembro, o número de casos suspeitos aumentou de 28 para 68, disse na quinta-feira a principal agência de saúde da África.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças de África relataram até agora 16 mortes.
Otim afirmou que o caso confirmado mais recente foi localizado a 70 quilómetros do atual epicentro.
"A nossa preocupação é se tivermos casos na outra zona de saúde, precisamos de expandir e isso será intensivo em recursos", disse.
O custo projetado pela OMS para o atual surto nos próximos três meses é de 20 milhões de dólares (17,6 milhões de euros), enquanto o plano de resposta nacional da RDCongo está estimado em 78 milhões de dólares (66,55 milhões de euros), disse Otim.
Uma preocupação importante tem sido o impacto dos recentes cortes de financiamento nos EUA.
Os EUA apoiaram a resposta aos anteriores surtos de Ébola na RCCongo, incluindo em 2021, quando a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional forneceu até 11,5 milhões de dólares (9,81 milhões de euros) para apoiar os esforços em toda a África.
O Ébola é uma febre hemorrágica grave que se transmite por contacto direto com sangue ou fluidos corporais de pessoas e animais infetados, com uma taxa de mortalidade que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), oscila entre 60% e 80%.
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