A informação foi confirmada hoje pela autoridade local, Baptiste Joseph Louis, que precisou que o incidente ocorreu na quinta-feira.
Repelidos por elementos da Polícia Nacional e das brigadas de autodefesa locais, os assaltantes voltaram a Laboderie para cometer o massacre, acrescentou Joseph Louis.
Os cadáveres foram abandonados no local, alguns foram devorados por cães, e muitos sobreviventes fugiram, segundo informou a autoridade local.
A ONG Collectif Défenseurs Plus denunciou hoje, após o massacre, uma "nova onda de violência mortal" no país e exigiu a responsabilidade do Estado.
A organização expressou a sua profunda preocupação com os massacres levados a cabo contra civis.
"A 11 de setembro de 2025, na comuna de Cabaret, cerca de 40 pessoas foram executadas em retaliação pela morte do chefe do bando 'Vladimir' e outros membros do seu grupo, que morreram durante um confronto com as forças da ordem no passado dia 07 de setembro", acrescentou a entidade.
Além do massacre, os bandidos incendiaram várias casas e outros bens dos habitantes daquela localidade, disse a organização.
"Estas execuções, cometidas sem discernimento, refletem uma lógica de vingança bárbara contra uma população indefesa e tolerada pelas autoridades estatais", afirmou.
Por outro lado, o Coletivo Defensores Plus afirma ter observado uma propagação alarmante da violência em várias regiões do país, em particular, nos departamentos do Oeste, Artibonite e Centro.
No Baixo Artibonite, os bandos intensificam os seus ataques para controlar as estradas e as comunicações. Desde o início de 2025, o departamento do Centro registou um aumento de mais de 100% do número de deslocados internos como consequência da violência nos municípios de Mirebalais e Saut d'Eau, adiantou aquele coletivo.
A região metropolitana de Porto Príncipe continua a ser o epicentro do terror, marcado por sequestros, execuções sumárias e outras formas de violência contra a população civil, perante a indiferença das autoridades estatais, realça a ONG.
"A população vive num estado de medo constante, com acesso restrito à saúde, alimentação, educação e transporte nas zonas controladas por grupos armados", afirmou a Defensores Plus num comunicado.
"A tragédia de Labodrie ilustra uma violência alimentada pela impunidade e pela ausência do Estado. O Haiti precisa de uma resposta nacional e internacional urgente e coordenada para travar a violência dos grupos armados", sugeriu a organização. Acrescentando que estes grupos armados "devem ser desarmados".
Na quinta-feira, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Albert Ramdin, destacou a unidade demonstrada pelos 32 Estados-membros ao apoiarem uma nova missão de segurança para o Haiti, que substituirá a atual, cujo mandato expira em outubro próximo.
"Isto demonstra a solidariedade e a unidade hemisféricas, e para mim é especialmente importante, porque sempre esperei que esta organização pudesse ser valiosa trabalhando em conjunto", afirmou Ramdin numa conferência de imprensa em que mostrou o apoio à missão de segurança.
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