Num comunicado por ocasião do Dia Internacional para a Proteção da Educação contra Ataques, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) destacou o nível alarmante que estes ataques atingiram e o facto de isso "colocar em risco brutal o futuro de centenas de milhares de crianças e jovens".
A ONU especificou, num relatório publicado em junho, que foram registados ataques contra 1.265 escolas em 2024.
Embora tenham ocorrido casos em todo o mundo, o problema é particularmente preocupante em áreas afetadas por conflitos armados ou crises prolongadas, principalmente na Ucrânia, Médio Oriente (especialmente Gaza), Myanmar (antiga Birmânia), Haiti e Afeganistão.
O maior número de ataques ocorreu na Ucrânia (559) e em Gaza (148).
A UNESCO denunciou que, embora o direito internacional humanitário exija a proteção das escolas em todas as circunstâncias, a sua utilização para fins militares é cada vez mais comum e observou que 85 milhões de crianças estão fora da escola em contextos de crise.
Para fazer face a esta situação, a organização está a mobilizar os seus parceiros locais para "fornecer soluções educativas concretas" em 31 países afetados pela crise e oferecer "apoio material e psicossocial a dezenas de milhares de estudantes e professores", particularmente no Afeganistão, Gaza, Sudão, Síria e Ucrânia.
A organização está também a desenvolver um plano de ação para fornecer aos estados um roteiro para a preparação de métodos alternativos de aprendizagem em caso de crise, sublinhando que "nada pode substituir a obrigação de respeitar o direito internacional humanitário".
O Governo ucraniano revelou na semana passada que o ano letivo na Ucrânia arrancou oficialmente com 2,3 milhões de alunos em regime presencial, mais 103 mil do que em 2024, e centenas de abrigos em construção para proteção de ataques russos.
Os dados foram avançados pela primeira-ministra Yulia Svyrydenko na rede social Telegram, que indicou que, apesar da redução do ensino à distância, este abrange ainda 1,2 milhões de crianças, perfazendo um total de 3,5 milhões de alunos nas escolas do país.
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