Este foi mais um dos protestos já realizados contra a postura pró Rússia de Fico, que desta vez teve também como alvo as medidas de austeridade planeadas pelo governo.
A última onda de protestos começou contra a viagem de Fico à China, onde o primeiro-ministro eslovaco se reuniu novamente com Putin, bem como com outros líderes autoritários. Fico viajou para Pequim para uma parada militar organizada pelo presidente chinês Xi Jinping que marcou o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial.
O líder do executivo eslovaco foi o único chefe de um país da União Europeia a participar naquele evento, onde discutiu as relações bilaterais com Putin, na sua terceira reunião desde a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Antes de ir Pequim, Fico já tinha feito duas visitas oficiais a Moscovo. Mas o primeiro-ministro eslovaco não visitou Kiev, nem qualquer outro local da Ucrânia atingido pela guerra, e tem apelado repetidamente à "normalização" das relações com a Rússia.
"Vergonha, vergonha" e "Estamos fartos de Fico», gritou hoje a multidão na praça central SNP, em Bratislava.
Um plano recente de medidas de austeridade apresentado pelo governo --- que o parlamento deve debater na sexta-feira --- foi outro dos alvos dos manifestantes, assim como vários escândalos, incluindo o uso indevido de fundos da União Europeia.
"Isto é apenas o começo", afirmou Alojz Hlina, um organizador do partido da oposição Liberdade e Solidariedade, à multidão barulhenta. "Temos que detê-los".
AO protesto de hoje segue-se uma manifestação de outra importante força da oposição, o liberal Eslováquia Progressista, já marcada para terça-feira.
Fico é há muito uma figura controversa na Eslováquia. O Chefe do Executivo voltou ao poder pela quarta vez depois do seu partido, de esquerda, o Smer, ou Direção, vencer as eleições parlamentares de 2023 com campanha que já transmitis a mensagem pró Rússia e antiamericana.
Fico desafiou abertamente as políticas da União Europeia em relação à Ucrânia, enquanto os seus críticos acusam a Eslováquia de estae a seguir o caminho da Hungria com o primeiro-ministro Viktor Orbán, considerado por muitos um autocrata.
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