A mãe de Decarlos Brown Jr., o homem que matou uma refugiada ucraniana - Irina Zarutska, de 23 anos - no metro de Charlotte, nos Estados Unidos, disse que tentou pedir ajuda para o filho que sofre de esquizofrenia. No entanto, esse pedido foi negado. Disse ainda que o filho "não é racista".
O New York Post, que chegou à fala com a mulher, contou ainda que mãe do assassino revelou que o filho não deveria estar em liberdade devido à sua saúde mental - e por se estar a deteriorar rapidamente.
"Ele não deveria ter sido libertado", disse Michelle Dewitt, que acrescentou que o filho tinha saído em liberdade depois de ter feito uma "promessa escrita" em como comparecia em tribunal após a sua última detenção em janeiro.
Michelle contou ainda que, dias antes de o filho cometer o assassinato, levou Decarlos para uma casa de sem-abrigo, notando que ele estava a ficar mais violento com ela e com o marido.
Sobre o facto de um dos motivos do esfaqueamento ter sido o facto de Irina Zarutska ser branca, a mãe de Decarlos disse que o filho "definitivamente não é racista" e que "saía com todo o tipo de raparigas".
Revelou ainda que, apesar dos seus esforços para ajudar o filho, encontrou sempre resistência.
"Quando levas uma pessoa para um centro de saúde mental e dizem: 'Não há espaço suficiente' ou 'Ele está a tentar matar-se ou a matar outra pessoa?' e eu respondo que não, não há nada que possamos fazer. É preciso obter uma ordem judicial".
Michelle Dewitt adiantou ainda que pretende visitar o filho esta semana na prisão: "Vou deixá-lo falar e ouvir. Vou tentar explicar o que está a acontecer. Acho que ele não entende o que está a acontecer".
A mulher disse também que havia falado com o filho depois do assassinato, por telefone, e que Decarlos lhe disse que estava convencido de que estavam "a remover um chip do seu cérebro". Segundo ele, esse chip estava a controlar as suas emoções.
Recorde-se que a irmã de Decarlos, Tracey Brown, em entrevista à CNN Internacional, disse que o irmão lhe terá contado que esfaqueou Irina Zarutska porque acreditava que a jovem lhe estava a 'ler' os pensamentos.
O que aconteceu?
Iryna, de 23 anos, tinha deixado a Ucrânia em agosto de 2022 para fugir da guerra. No passado dia 22 de agosto, foi esfaqueada até à morte no metro de Charlotte, na Carolina do Norte, por um passageiro que já tinha sido detido mais de uma dezena de vezes e estava em liberdade.
O crime só foi divulgado este fim de semana e rapidamente se tornou viral, depois da divulgação de imagens gravadas por câmaras de videovigilância do metro no momento anterior ao apunhalamento.
As imagens mostram que a jovem refugiada ucraniana entrou no comboio e sentou-se num banco à frente do assassino, ficando a olhar para o telemóvel durante a viagem. Quatro minutos depois, o suspeito, identificado como Decarlos Brown Jr., tirou uma arma branca do bolso, olhou pela janela e, num movimento brusco, atacou a mulher.
Iryna, claramente assustada, segurou o rosto e a garganta, antes de cair inconsciente no chão, esvaindo-se em sangue.
O suspeito vagueou pela carruagem, despiu a camisola que usava e esperou até que o metro chegasse à estação, onde acabou por sair, sendo detido pouco depois.
Trump pede pena de morte para assassino
O presidente norte-americano, Donald Trump, já pediu pena de morte para o assassino da jovem ucraniana em Charlotte, na Carolina do Norte, no passado mês de agosto.
"O animal que matou com tanta violência a bela jovem ucraniana, que veio para os Estados Unidos em busca de paz e segurança, deve receber um julgamento 'rápido' e ser condenado apenas à peã de morte. Não pode haver outra opção", defendeu Donald Trump numa mensagem publicada numa rede social.
Iryna vivia nos Estados Unidos com a mãe e os irmãos. Era formada em arte e restauração pela Synergy College, em Kyiv, e, atualmente, trabalhava num estabelecimento no bairro de South End.
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