"Os Estados Unidos acolhem com agrado os investimentos da República da Coreia [nome oficial a Coreia do Sul] e manifestaram interesse em aprofundar a cooperação nesta área", disse Marco Rubio ao ministro sul-coreano dos Negócios Estrangeiros, Cho Hyun, durante uma reunião à porta fechada, disse o Departamento de Estado, em comunicado.
O Departamento de Estado mencionou ainda que Rubio e Cho discutiram várias questões importantes nas relações bilaterais, incluindo a possibilidade de "revitalizar a indústria transformadora dos EUA através do investimento sul-coreano na construção naval e noutros setores estratégicos".
Sublinhou ainda que a administração do Presidente Donald Trump saúda o investimento de empresas sul-coreanas nos Estados Unidos, que desde o regresso do republicano à Casa Branca, em janeiro, se comprometeram a gastar mais 350 mil milhões de dólares em novas fábricas em solo americano.
A Coreia do Sul comprometeu-se também a comprar aos EUA cerca de 100 mil milhões de dólares (85,37 mil milhões de euros) em energia.
Washington pretende "aprofundar a cooperação neste domínio", acrescentou o texto.
O breve comunicado não faz qualquer referência aos mais de 300 engenheiros, técnicos ou mecânicos que foram detidos a 05 de setembro por agentes da imigração quando trabalhavam na construção de uma fábrica de baterias para automóveis elétricos, instalada em Ellabell (Geórgia) por um consórcio formado pela sul-coreana LG Energy Solution e pela Hyundai Motor.
Antes do encontro com Rubio, Cho assegurou aos meios de comunicação social que fará "tudo o que estivesse ao seu alcance" para garantir que os sul-coreanos detidos "sejam resgatados" e possam embarcar num voo fretado por Seul para os tirar do país o mais rapidamente possível, depois de a diplomacia sul-coreana ter explicado que a partida podia ser adiada devido a "circunstâncias não especificadas dos EUA".
No total, cerca de 475 pessoas, incluindo os trabalhadores sul-coreanos, foram detidas na rusga em Ellabell por se encontrarem em situação irregular, de acordo com o Departamento de Segurança Interna norte-americano.
Na terça-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul afirmou que, desde o retorno de Trump ao poder, tentou dezenas de vezes discutir com Washington as dificuldades enfrentadas pelas empresas do país na obtenção de vistos para trabalhadores em solo norte-americano.
Este foi mais uma das ações do Governo federal contra a imigração mas que, ainda assim, se distinguiu pela dimensão e porque o local visado tem sido apresentado como o maior projeto de desenvolvimento económico do estado da Geórgia.
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