Os Estados Unidos da América (EUA) vão fornecer 20 milhões de dólares (17,1 milhões de euros) em equipamento ao Equador, incluindo seis milhões de dólares (5,1 milhões de euros) em 'drones' (aeronaves não-tripuladas), disse Rubio numa conferência de imprensa após uma reunião com o Presidente, Daniel Noboa.
Os gangues equatorianos Los Lobos e Los Choneros são agora considerados "organizações terroristas", juntando-se na lista dos EUA aos cartéis mexicanos, salvadorenhos e venezuelanos.
Prometendo esforços ainda maiores por parte do Presidente norte-americano, Donald Trump, contra esses grupos, que descreveu como "animais ferozes", Marco Rubio afirmou que "este Governo está a atacá-los como nunca antes aconteceu".
Esta visita ao Equador, após uma escala no México, ocorre dois dias após um ataque das forças norte-americanas a um barco suspeito de transportar droga pertencente ao gangue venezuelano Tren de Aragua - uma operação que, segundo Donald Trump, resultou na morte de "11 narcoterroristas".
Questionado sobre as acusações de Washington de que o Presidente da Venezuela lidera um cartel de tráfico de droga, o Cartel de Los Soles, Rubio definiu Nicolás Maduro como um "fugitivo procurado pela justiça norte-americana", intensificando assim os seus ataques contra ele, enquanto sete navios de guerra norte-americanos operam no mar das Caraíbas, ao largo da costa da Venezuela, para combater o tráfico de droga internacional.
"Não vamos limitar-nos a perseguir os traficantes de droga em barcos pequenos e rápidos... o Presidente [Trump] declarou querer travar uma guerra contra esses grupos", acrescentou.
O Equador, outrora um dos países mais seguros da América Latina, enfrenta um aumento drástico da criminalidade ligada ao tráfico de droga.
Com os seus portos no Pacífico, uma economia 'dolarizada' e uma localização geográfica entre a Colômbia e o Peru --- os maiores produtores de cocaína do mundo ---, o Equador tornou-se um depósito de droga e o ponto de partida de 70% da cocaína mundial, quase metade da qual tem como destino o mercado norte-americano, segundo dados oficiais.
Os EUA veem Daniel Noboa, de 37 anos - um empresário que consolidou o seu poder desde a sua surpreendente vitória nas eleições presidenciais de 2023 -, como um novo aliado na sua campanha para fortalecer os líderes de direita latino-americanos preocupados com o restabelecimento da segurança.
Noboa declarou o estado de emergência em numerosas regiões do país para combater o crime organizado e mobilizou as Forças Armadas.
"Agradecemos os vossos esforços e o vosso interesse pelo nosso país e por tudo o que estamos aqui a fazer para eliminar qualquer ameaça terrorista", disse Noboa a Rubio.
"Esses esforços contribuirão para promover a proteção dos Estados Unidos e do nosso modo de vida", acrescentou.
Para Marco Rubio, um cubano-norte-americano e um feroz crítico dos Governos de esquerda da América Latina, o chefe de Estado equatoriano poderá seguir os passos do homólogo salvadorenho, Nayib Bukele, cuja luta contra o crime lhe granjeou grande popularidade no seu país e a admiração do Governo de Donald Trump, apesar das queixas dos grupos de defesa dos direitos humanos.
Os Estados Unidos foram durante muito tempo aliados do Equador, antes do período sob a presidência de esquerda de Rafael Correa (2007-2017).
Durante vários anos, as Forças Armadas norte-americanas mantiveram no porto de Manta uma base, que foi encerrada em 2009 por ordem de Correa.
"Se nos convidarem a voltar, vamos considerar isso muito seriamente", afirmou Rubio, anunciando ainda, sem mais pormenores, que os Estados Unidos consideram concluir dentro de "algumas semanas" um acordo económico com o Equador.
Antes da chegada de Rubio, o Departamento de Estado norte-americano tinha indicado que o objetivo da visita era combater a influência "maligna" da China, com a qual o Equador acumulou milhares de milhões de dólares de dívidas relacionadas com a construção de infraestruturas.
O Governo Trump está também a sondar o Equador como um novo destino para a deportação de migrantes ilegais.
A ministra dos Negócios Estrangeiros equatoriana, Gabriela Sommerfeld, que esteve ao lado de Rubio na conferência de imprensa, prometeu "apoiar os Estados Unidos".
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