"China e Nepal são tradicionalmente vizinhos amistosos", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lin Jian, em conferência de imprensa, acrescentando que Pequim espera que "todos os setores do Nepal lidem adequadamente com os seus assuntos internos".
O porta-voz indicou ainda que as autoridades chinesas recomendaram aos cidadãos chineses no Nepal que "estejam atentos à sua segurança".
O exército nepalês, que assumiu o controlo da segurança no país, anunciou hoje a extensão do recolher obrigatório a nível nacional até quinta-feira, após uma vaga de protestos violentos que provocou pelo menos 25 mortos.
As forças armadas manifestaram também disponibilidade para facilitar conversações entre as partes envolvidas, com o objetivo de encontrar uma saída política para a crise.
O ponto de partida da revolta popular foi a controversa proibição de 26 plataformas de redes sociais, mas os protestos refletem uma frustração acumulada face à corrupção sistémica e ao nepotismo, simbolizados em campanhas virais contra os chamados "Nepo Kids" -- filhos da elite -- e contra uma classe política que tem alternado no poder ao longo de décadas.
Durante anos, um dos maiores desafios e legados de K.P. Sharma Oli foi a gestão do delicado equilíbrio entre os dois gigantes asiáticos, China e Índia.
Oli ganhou reputação como político próximo de Pequim, com quem o Nepal partilha uma fronteira de quase 1.400 quilómetros nos Himalaias, tendo assinado acordos considerados "históricos" para reduzir a dependência de Nova Deli e ganhado popularidade interna ao "desafiar o irmão mais velho indiano".
Leia Também: Exército do Nepal com forte presença nas ruas após distúrbios violentos