"Confirmamos que o inimigo não conseguiu assassinar os nossos irmãos da delegação de negociação. Entretanto, vários dos nossos irmãos mártires ascenderam aos mais altos postos de glória", declarou o grupo num comunicado, que inclui os nomes dos cinco mortos.
Também o Ministério do Interior do Qatar informou que um membro da polícia do país morreu no ataque e que outros membros das forças de segurança ficaram feridos, totalizando, até agora, pelo menos seis mortos neste ataque, que foi condenado pelo Governo de Doha.
De acordo com as informações preliminares, o ataque "resultou no martírio do cabo Bader Saad Mohamed al-Humaidi al-Dosari, membro da Força de Segurança Interna, no exercício das suas funções no local visado, para além de vários feridos entre o pessoal de segurança", afirmou o ministério qatari num comunicado.
As autoridades continuam a "inspecionar e a proteger a área utilizando a unidade de explosivos da Força de Segurança Interna", acrescentou.
Suhail al-Hindi, membro do gabinete político do Hamas, disse numa entrevista à rede qatari Al Jazeera que foram mortos no ataque o filho do negociador principal do Hamas, Khalil al-Hajjah, Hamam Khalil al-Hajjah, bem como o seu chefe de gabinete, Jihad Labad, e três guarda-costas.
Contudo, al-Hindi sublinhou que a "direção do movimento sobreviveu ao ataque".
O ataque israelita procurava visar os altos funcionários do Hamas que participam nas negociações de cessar-fogo na Faixa de Gaza com Israel.
O Presidente israelita, Isaac Herzog, confirmou que o alvo do ataque era o chefe da delegação de negociação do cessar-fogo em Gaza, Khalil al-Hayya.
Fontes do Hamas disseram à agência de notícias espanhola EFE e à Al Jazeera que os membros da delegação de negociação, incluindo Khalil al-Hayya, sobreviveram ao bombardeamento israelita, que ocorreu enquanto se reuniam para discutir a proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
O Qatar, um dos mediadores, juntamente com o Egito e os Estados Unidos, nas negociações de cessar-fogo em Gaza, acolhe o gabinete político do Hamas e tem sido palco de conversações indiretas com a delegação israelita, que foi convidada a deslocar-se ao país em diversas ocasiões.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que este ataque foi uma resposta ao atentado de segunda-feira em Jerusalém em que dois palestinianos da Cisjordânia ocupada mataram a tiro seis pessoas numa paragem de autocarro.
O atentado foi reividicado hoje pelo braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qasam.
O ataque também surge após o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, ter afirmado que Israel aceitou a proposta de cessar-fogo dos Estados Unidos que prevê a libertação de todos os reféns israelitas.
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