"De 2022 para cá tivemos 13 casos [de assédio sexual] e, dos (...) casos que tivemos, três docentes foram expulsos e dois foram afastados da docência", disse à comunicação social Gracinda Mataveia, diretora do Centro de Coordenação dos Assuntos do Género na UEM, à margem de um `workshop´ de consciencialização sobre a problemática em Maputo.
No restante dos casos registados, naquela que é a mais antiga instituição de ensino superior no país, a representante avançou que os docentes envolvidos receberam chamadas de atenção ou advertências, sobretudo porque em alguns casos "não havia provas".
"Este ano de 2025 temos seis casos que já produzimos os relatórios e foram submetidos a instâncias superiores, para uma análise final e tomada de decisão", explicou a diretora.
Segundo Mataveia, apesar de existirem canais para denúncias, ainda persistem desafios para a queixa destes crimes, influenciado pelo receio das vítimas em relatar os incidentes.
"A universidade é grande. Não é uma temática também não muito fácil mesmo para as próprias pessoas que são assediadas, muitas vezes têm dificuldades até de denunciar o caso porque é uma situação muito constrangedora e íntima", concluiu.
A Universidade Eduardo Mondlane (UEM) funciona com apenas 38% do orçamento, dificuldade que se arrasta há anos e compromete os indicadores de desempenho da instituição, disse em julho o reitor.
"Funcionamos com 38% daquilo que era desejado, como consequência, muitos indicadores de desempenho da UEM estão aquém do esperado, a começar pelo número de estudantes graduados anualmente", disse o reitor da universidade, Manuel Júnior, durante a reunião anual da instituição.
Como consequência, a UEM tem estado a apresentar resultados muito abaixo do desejado, principalmente nas componentes de formação, investigação e extensão.
Com mais de 50 mil estudantes e mais de 1.600 docentes, os projetos de investigação da UEM aumentaram de 324 para 457 em 2024, um crescimento considerado ainda "incipiente" para os desafios de Moçambique.
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