Este aumento foi constatado a 13 de junho, ou seja, no início da guerra de 12 dias desencadeada por um ataque israelita ao Irão.
Nessa data, a AIEA determinou que o total de urânio enriquecido a 60% do Irão era de 440,9 quilos, o que representa um aumento de 32,3 quilos desde 17 de maio (em comparação com um aumento de 133,8 quilos no período anterior).
Desde então, a agência especializada da ONU com sede em Viena não tem reunido as condições para realizar as suas atividades no terreno, para recolher as informações necessárias.
Embora tenha inicialmente retirado os seus inspetores do Irão por razões de segurança, a AIEA lamenta a subsequente suspensão da cooperação de Teerão, classificando tal decisão como "profundamente lamentável" e exortando as autoridades iranianas a autorizarem a retomada das inspeções "sem demora".
"Enquanto a agência não puder retomar as suas atividades de verificação 'in loco', não poderá quantificar o 'stock' de urânio enriquecido do Irão com a mesma confiança e precisão de antes, nem determinar a sua localização", sublinhou.
Os bombardeamentos israelitas intensificaram as tensões entre Teerão e a AIEA: o Irão acusa a agência da ONU de não ter condenado os ataques israelitas e, mais tarde, os norte-americanos, que visaram as suas instalações nucleares durante o conflito.
Desde julho que uma lei aprovada no parlamento iraniano proíbe tecnicamente qualquer cooperação com a AIEA.
No final de agosto, inspetores da agência nuclear da ONU chegaram ao Irão e começaram a trabalhar nas instalações de Bushehr, a principal central nuclear do Irão. No entanto, o chefe da diplomacia iraniana indicou que tal não significava uma retomada total da cooperação.
Os países ocidentais suspeitam de que a República Islâmica xiita está a tentar dotar-se de armas nucleares, embora esta o negue e defenda o seu direito de desenvolver um programa nuclear civil.
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