"Cabo Verde quer dar um contributo relevante para a reflexão sobre a integridade da informação. Teremos, em primeiro lugar, a projeção de um quadro estratégico, mas também de um plano de ação que definirá as políticas futuras, não só em Cabo Verde, mas na sub-região africana", afirmou o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Lourenço Lopes.
O governante falava na cidade da Praia, à margem da conferência regional sobre a integridade da informação na África Ocidental e no Sahel, que decorre até sexta-feira.
Lourenço Lopes defendeu que a dimensão tecnológica deve andar lado a lado com a económica e que a integração africana só será sólida se for acompanhada de investimentos em inovação, energias limpas, infraestruturas digitais e redes de conhecimento que liguem universidades, centros de investigação e empresas da sub-região.
"A África precisa de apostar em universidades de excelência, investigação aplicada e redes de cooperação científica, mas nada disso será sustentável sem um verdadeiro contexto de segurança", referiu.
O secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro afirmou que Cabo Verde quer também trabalhar com parceiros da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da região do Sahel, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e de todo o continente africano para desenvolver estratégias comuns de regulação digital, de literacia mediática e de promoção de uma comunicação social independente e credível.
"Cabo Verde está disponível para ser ponte entre continentes, espaço de confiança e casa de diálogo. Queremos ser ponte entre os países da região e uma voz de equilíbrio e compromisso em tempos de complexidade política e económica", acrescentou.
O governante considerou que a conferência coloca no centro do debate a relação entre democracia, media e plataformas digitais, refletindo sobre como regular sem censurar e proteger sem limitar liberdades.
A coordenadora residente das Nações Unidas em Cabo Verde, Patrícia Portela de Souza, defendeu a importância de co-criar com as pessoas as soluções necessárias para combater a desinformação.
"O fortalecimento do sistema democrático é fundamental e passa pelo direito à informação e pela governação da informação, incluindo no mundo digital", sublinhou, defendendo que a liberdade de expressão deve ser preservada e respeitada.
O evento é promovido pelo Governo de Cabo Verde, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), com participação de ministros e parceiros internacionais.
O objetivo é melhorar o acesso à informação, reforçar a resiliência e as competências das populações para uma maior participação no ecossistema informacional e promover sinergias entre diferentes atores para salvaguardar a integridade da informação.
Leia Também: Cabo Verde quer certificado da eliminação do sarampo, rubéola e VIH