As vítimas morreram durante a travessia do Mediterrâneo das duas 'pateras' que alcançaram as costas espanholas durante a última madrugada, uma com 26 pessoas a bordo e outra com 37, segundo as mesmas fontes oficiais, citadas por vários meios de comunicação social espanhóis.
Os cadáveres dos migrantes foram hoje retirados do mar, durante a manhã, nas praias Los Muertos (Carboneras) e Las Salinas (Cabo de Gata), ambas na zona de Almeria, na sequência de várias alertas para o número de emergência 112.
Em Los Muertos foram encontrados seis corpos e em Las Salinas mais um, confirmou a subdelegação do Governo espanhol em Almeria.
Várias outras fontes citadas pelos meios de comunicação social admitem que poderá haver mais vítimas mortais, atendendo ao relato dos ocupantes da 'patera' que chegou a Los Muertos.
Segundo esses testemunhos, a forte ondulação lançou outros ocupantes da mesma embarcação ao mar e outros saltaram para a água quando a 'patera' se aproximou da costa.
As 'pateras' ou 'cayucos' com migrantes tentam cruzar o Mediterrâneo, desde o norte de África, para alcançar costas europeias.
Espanha aproximou-se em 2024 do número recorde de chegadas irregulares de migrantes que o país atingiu há seis anos, com 63.970 entradas, um aumento de 12,5% face a 2023, segundo o Ministério da Administração Interna espanhol.
Em 2018, o país atingiu um máximo histórico de entradas irregulares: 64.298.
Nos primeiros oito meses deste ano, entre 01 de janeiro e 31 de agosto, o número de chegadas alcançou as 23.931 pessoas, uma descida de 32,6% comparando com o mesmo período de 2024.
Quase 1.900 pessoas morreram entre janeiro e maio a tentar cruzar o Mediterrâneo e o Atlântico em embarcações precárias que saíram de África com destino a Espanha, segundo o estudo mais recente da organização não-governamental (ONG) Caminando Fronteras.
A Caminando Fronteras elabora anualmente dois relatórios sobre os migrantes que morrem no mar a tentar chegar a Espanha, com base em dados oficiais e de associações de comunidades migrantes, assim como testemunhos e denúncias tanto das comunidades como de famílias de desaparecidos, seguindo metodologias usadas pelas ONG para contabilizar vítimas em diversos pontos do mundo, como acontece na fronteira entre o México e os Estados Unidos.
Leia Também: Pelo menos sete desaparecidos no Mediterrâneo