A organização, que tem navios de ajuda aos migrantes no Mediterrâneo, transportou os 41 sobreviventes para a ilha italiana de Lampedusa, depois de estes terem partido da costa da Líbia a 27 de agosto.
Denunciando a "negligência dos governos europeus face a esta recente tragédia", a Sea-Watch explicou que o barco de migrantes ficou à deriva vários dias antes de a Marinha tunisina ordenar a um navio comercial que resgatasse os 41 migrantes no domingo passado.
O navio do Governo tunisino aproximou-se para levar os sobreviventes para o país do Magrebe, mas estes recusaram, avançou a Sea-Watch, em comunicado, explicando que "a Tunísia não é um país seguro", já que não dá garantias em relação ao asilo ou ao respeito pelos direitos humanos.
Consequentemente, durante seis dias, os migrantes permaneceram no barco que os resgatou inicialmente, com cada vez menos alimentos e em piores condições sanitárias, denunciou a organização de ajuda, adiantando que, durante esse tempo, os países europeus ignoraram as suas alegadas obrigações.
Os migrantes, entre os quais se encontram eritreus, etíopes, malianos e sudaneses, foram levados pelo navio da Sea-Watch "Aurora Sar" e chegaram na terça-feira à ilha de Lampedusa, de acordo com a televisão italiana RAI.
Desde o início do ano, pelo menos 816 migrantes e refugiados perderam a vida na rota migratória do Mediterrâneo central para a Europa, que tem como pontos de partida a Líbia e a Tunísia, sendo que cerca de 300 continuam desaparecidos.
O número é avançado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) com base em dados oficiais, mas esta agência da ONU presume que o número real seja superior.
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