A porta-voz do Governo francês, Sophie Primas, declarou numa conferência de imprensa que o apoio ao primeiro-ministro deve ser "significativo", para "não fazer perder tempo ao país" e para conseguir "sanar" as finanças públicas de França.
"Independentemente do resultado, o que sabemos é que a situação [económica] em França não ficará resolvida", afirmou a porta-voz após uma reunião do Conselho de Ministros, acrescentando que "ignorar a realidade" será inútil, dadas as "circunstâncias únicas" no contexto nacional e internacional.
Segundo Sophie Primas, tanto o Governo no seu conjunto como os ministros estão empenhados no diálogo com os outros partidos e têm a "genuína intenção" de ouvir os parlamentares que "apresentarem soluções".
Está previsto que o Governo se reúna hoje com a União da Direita pela República, liderada por Éric Ciotti e aliada do partido de extrema-direita União Nacional (Rassemblement National, RN), bem como com representantes do movimento LIOT (Liberdades, Independentes, Ultramar e Territórios).
Na quinta-feira, será a vez do Partido Socialista, entre conversações com os vários partidos políticos que, até ao momento, não deram boas notícias a Bayrou, que se encontra na corda bamba depois de o RN ter declarado, na terça-feira, que não mudou de posição.
O primeiro-ministro pretende aprovar uma proposta para o orçamento do Estado de 2026 que prevê um corte de quase 44 mil milhões de euros para reduzir a dívida externa de França e inclui também medidas como a eliminação de dois feriados nacionais e o congelamento das prestações públicas.
Bayrou já reconheceu na semana passada que 'a priori' não tinha apoio suficiente para sobreviver à moção de confiança.
Tanto a União Nacional, de extrema-direita, como os grupos de esquerda anunciaram que tencionam chumbar a moção de confiança no parlamento.
A falta de apoios também custou o cargo ao seu antecessor, Michel Barnier, em dezembro de 2024.
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