Um professor foi esfaqueado duas vezes por um colega, em regime temporário, no colégio Paul-Langevin, em Martigues, na costa francesa, esta quarta-feira.
O incidente terá acontecido na sala dos professores durante a parte da manhã e, portanto, nenhum dos 1.500 alunos que frequentam a instituição terão presenciado o ataque.
Segundo as autoridades que acorreram ao local, citadas pelo Le Parisien, o agredido terá sido esfaqueado "duas vezes no pescoço, com uma faca pequena, mas não houve hemorragia".
Foram os outros professores, que se encontravam na mesma sala, que conseguiram acalmar o colega em regime temporário e "convencê-lo a entregar a arma que carregava".
Segundo as testemunhas do incidente, ambos os professores lecionavam matemática, mas o agressor terá atacado "a primeira pessoa que apareceu" sem razão aparente.
O professor em regime temporário foi detido no local por uma patrulha da polícia que, entretanto, tinha sido alertada para a situação pela direção do colégio.
A vítima, que ficou apenas com ferimentos leves, foi socorrida, numa primeira instância pela enfermeira da escola, e, mais tarde, pelos serviços de emergência.
As conclusões iniciais da investigação revelaram que o agressor não "estava a receber tratamento" para transtornos psiquiátricos.
"Isto confirma o péssimo estado da Educação" em França
Apesar de a situação ter acontecido na sala de professores, toda a escola foi evacuada, por decisão da reitoria, sendo que ficou encerrada durante o resto do dia. Os alunos vão regressar ao estabelecimento na quinta-feira de manhã.
"Os alunos não presenciaram a cena e foram retirados da escola sem pânico. Eles e os seus pais foram informados de que as aulas seriam suspensas", informou a direção da escola, que acrescentou que espera os resultados da investigação ao estabelecimento, uma vez que o incidente aconteceu durante o horário escolar.
Para já, a instituição criou "uma célula de apoio para os funcionários, e a equipa móvel de segurança académica está presente no local".
A deputada adjunta para a educação da comuna de Martigues também admitiu que está a ser ponderada a criação de um sistema de apoio psicológico para os alunos, que, ao que tudo indica, só não avançará se o Ministério da Educação francês decidir o contrário.
A direção da escola condenou veementemente o ataque e explicou que o agressor "era um professor contratado, um substituto que tinha acabado de chegar ao estabelecimento".
"Isto apenas confirma o péssimo estado do Ministério da Educação, que emprega pessoas sem experiência, sem formação e sem controlo do seu estado de saúde. Estou zangado porque, neste liceu, não há médico escolar, nem enfermeira, nem orientador profissional e há um número mínimo de vigilantes. Isto deixa-me muito preocupado pelas crianças", afirmou o diretor desta escola, Gabby Charroux.
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