Mangione como modelo na Shein? Empresa abre "investigação interna"

A gigante de 'fast fashion' chinesa Shein abriu uma investigação após uma imagem de Luigi Mangione - acusado de assassinar o diretor-executivo da seguradora norte-americana United Healthcare, Brian Thompson, ter sido usada como modelo de uma camisa. 

A imagem, que mostrava um homem com traços semelhantes aos de Mangione a vestir uma camisa branca de manga curta, esteve visível no site da Shein até ser retirada, segundo a BBC. 

O artigo em causa estava disponível por menos de 10 dólares (cerca de nove euros) e acredita-se que a imagem em causa tenha sido criada por Inteligência Artificial (IA). 

À publicação britânica, um porta-voz da gigante chinesa defendeu que "a imagem foi fornecida por um dos fornecedores externos e foi imediatamente removida assim que identificada".

"Temos regras apertadas para todos os conteúdos publicados na nossa loja online. Estamos a realizar uma investigação interna e reforçaremos os nossos mecanismos de controlo. Caso se confirmem irregularidades, o fornecedor em questão será sancionado de acordo com as nossas políticas internas", adiantou. 

Imagem esteve disponível no site da Shein, mas já foi retirada© Reprodução/X

Recorde-se que Luigi Mangione, atualmente com 27 anos, enfrenta acusações separadas de homicídio a nível federal e estadual pelo assassinato de Brian Thompson, um homicídio que se tornou mediático por muitos norte-americanos manifestarem o seu desagrado com as empresas de seguros de saúde.

O crime ocorreu em dezembro de 2024 à porta de um hotel em Manhattan, nos Estados Unidos. Após atingir Brian Thompson a tiro, Luigi Mangione colocou-se em fuga, mas acabou por ser intercetado, menos de uma semana depois, num McDonald's, no estado da Pensilvânia.

Mangione enfrenta várias acusações federais de homicídio, stalking e posse de arma, mas as autoridades do estado de Nova Iorque estão a dar prioridade à acusação de homicídio em primeiro grau como ato de terrorismo e a duas de homicídio em segundo grau.

A pena máxima para as acusações estatais é de prisão perpétua sem liberdade condicional, mas as acusações federais que enfrenta podem implicar a possibilidade de pena de morte.

Recentemente, os procuradores federais dos Estados Unidos acusaram-no de pretender "normalizar o uso da violência" e de ser uma fonte de inspiração para outros indivíduos.

"Em termos simples, o réu esperava normalizar o uso da violência para alcançar objetivos ideológicos ou políticos. […] Desde o assassinato, certos setores da população - que se identificam abertamente como seguidores do réu - começaram cada vez mais a ver a violência como um substituto aceitável, ou mesmo necessário, para o desacordo político racional", lê-se numa moção judicial, entregue na semana passada, citada pela NBC News.

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