O evento em Pequim, acompanhado de perto por observadores militares, contou com a presença de vários líderes estrangeiros, incluindo o Presidente russo, Vladimir Putin, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Num discurso proferido antes do desfile, que marcou os 80 anos da vitória chinesa sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o Presidente chinês, Xi Jinping, destacou o caráter irreversível do renascimento do país.
O que há de mais moderno em equipamentos militares chineses desfilou então na imensa praça Tiananmen, centro nevrálgico de Pequim, sob os aplausos de uma multidão entusiasmada e ao som de música triunfal.
Principais armas exibidas durante o desfile militar, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP):
Uma nova arma nuclear
Entre as novidades estava o DF-5C, um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) com dimensões impressionantes, que provocou os aplausos da multidão.
Apresentadas em imponentes camiões com cores camufladas, estas armas, que podem transportar simultaneamente várias ogivas nucleares, símbolos de dissuasão por excelência, pertencem à série Dongfeng ("Vento do Leste").
De acordo com o jornal estatal Global Times, o DF-5C, nova versão do DF-5 já existente, é capaz de atingir qualquer lugar da Terra.
"Ele fica de guarda o tempo todo para dissuadir com eficácia, prevenir guerras (...) e contribuir para a estabilidade mundial", afirmou o tabloide, conhecido pelo tom nacionalista.
Drones submarinos
Foram apresentados dois drones submarinos de dimensões impressionantes e em forma de torpedos, o AJX002 e o HSU100.
O primeiro será destinado ao reconhecimento, disse à AFP o especialista em equipamento naval de defesa Alex Luck.
O segundo "é mais misterioso, mas pode ser capaz de lançar minas sem tripulação", admitiu.
A China ainda está atrás dos Estados Unidos em termos de poder de projeção da marinha de superfície.
Mas, de acordo com o 'site' especializado Naval News, possui o maior programa do mundo de "robôs submarinos autónomos de grande porte sem tripulação", com pelo menos cinco tipos já lançados ao mar.
"Águias" antinavios
Com vários metros de comprimento e montados em camiões, quatro novos mísseis antinavios - YJ-15, YJ-17, YJ-19 e YJ-20 - também foram apresentados no desfile em Pequim.
YJ é a abreviatura de "Ying Ji" ("ataque da águia" em chinês).
Estes mísseis podem ser lançados a partir de embarcações ou aviões e foram concebidos para infligir danos críticos a grandes navios.
Os modelos YJ-17, YJ-19 e YJ-20 podem ser hipersónicos, ou seja, voar a pelo menos cinco vezes a velocidade do som.
Estas armas podem desempenhar um papel crucial contra a marinha norte-americana ou em caso de conflito em zonas sensíveis do estreito de Taiwan ou no mar da China Meridional.
Arma laser
Muito comentadas na internet antes do desfile e, portanto, muito aguardadas, foram exibidas em longos veículos militares várias armas laser LY-1, dispositivos brancos com ecrãs azuis.
Descritas numa conta na internet ligada ao exército chinês como o "sistema de defesa aérea a laser mais poderoso do mundo", estas armas já haviam sido observadas em 2024, mas "sem imagens nítidas", disse Alex Luck.
O sistema LY-1 destina-se a ser instalado em navios e parece, no mínimo, "estar em fase de testes avançados", acrescentou Luck.
Também em desenvolvimento nos Estados Unidos, estas armas ditas "de energia direcionada" (AED) podem infligir danos significativos com grande precisão, com um custo por disparo relativamente reduzido.
Navios sem tripulação
Além dos drones submarinos, vários barcos sem tripulação foram apresentados, entre os quais navios de superfície destinados a diferentes operações militares.
Estes drones também podem ser pilotados por militares "para entrar e sair dos portos" e são projetados especialmente para garantir operações de remoção de minas, disse Alex Luck.
O desfile também permitiu apresentar vários drones aéreos e terrestres, que completam uma ampla gama de capacidades nessa área, especialmente para garantir o transporte de material e munições, bem como o reconhecimento.
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